Brasileiro adora um bumbum sarado. Por isso, há anos as mulheres suam nas academias para manter os glúteos durinhos, bem definidos, dignos de qualquer biquíni. A novidade é que, agora, eles também estão empenhados em turbinar os próprios bumbuns. Embora ainda não existam estatísticas, as academias de ginástica e clínicas de estética já registram um aumento do interesse masculino em tonificar os glúteos e – por que não? – torná-los alvo de elogios.

Esse fenômeno chamou a atenção do professor José Roberto Potyguara, 43 anos, um dos coordenadores da Estação do Corpo, no Rio de Janeiro. De uns tempos para cá, ele tem observado uma migração masculina dos aparelhos de musculação para a ginástica localizada. Nas aulas, feitas para homens e mulheres, Potyguara dá a eles a opção de continuar malhando a região peitoral e os braços, mas a maioria acaba preferindo a posição de quatro apoios (joelhos e mãos no chão) ou outros exercícios no solo para definir o bumbum. “Antes havia muito preconceito, mas eles passaram a aceitar bem esse tipo de exercício, mesmo que não entrem na ginástica com esse foco”, diz o professor.

O empresário carioca Gil Lopes, 45 anos, casado e pai de uma filha, foi um dos que trocaram a musculação pela ginástica localizada. A mudança foi feita há quatro meses. No começo, ele não chegou lá pensando em malhar o bumbum, mas está muito satisfeito com o ganho de massa muscular no corpo todo, inclusive nessa região. Até porque, segundo o próprio empresário admite, as mulheres também apreciam os bumbuns masculinos. “Ficar flácido não faz sentido. Meu professor dá a alternativa para eu malhar o braço, mas por que não tonificar os glúteos? Os jogadores de futebol vivem fazendo isso”, exemplifica.

Quem assina embaixo é o anestesista Guilherme Cohen, 27 anos. Ele faz exercícios localizados há oito anos. Mas há seis meses passou a malhar o bumbum. “Eu diria que ainda existe um certo preconceito. Mas a primeira coisa que 80% das mulheres olham no homem é o bumbum”, acredita Cohen, ressaltando com firmeza, porém, que seu objetivo é trabalhar o corpo todo. Já o engenheiro colombiano Ivan Lopes, casado, 30 anos, se animou a malhar os glúteos depois de notar que as nádegas femininas eram mais fortalecidas. A constatação desafiou seus brios. “Virou um desafio exercitar os glúteos”, conta.

Na Clínica Estética Vitée, também no Rio, desde o ano passado a proporção de clientes interessados em endurecer o bumbum com a ajuda de equipamentos passou a ser de três homens para dez mulheres. “Eles pedem ênfase no abdome, peitoral e glúteos”, diz a fisioterapeuta Rosa Karina, da clínica. Um dos frequentadores do lugar é o estudante Rafael Coelho, 22 anos. Há dois meses, ele se submete a sessões de estimulação russa (aparelho que emite estímulos elétricos para fortalecer os músculos). Na sexta sessão notou diferença. “Meu bumbum era um pouco caído e tenho conseguindo tonificá-lo”, diz. O público feminino, é claro, está adorando a nova mania masculina. “Um homem com o bumbum durinho não tem preço. Quem não aprecia?”, suspira a estilista carioca Lenny Niemeyer. É verdade. Quem se arrisca a dizer o contrário?