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Astrofísicos espanhóis trocaram de óculos – e agora poderão encontrar até agulha no palheiro cósmico. Explica-se: nas Ilhas Canárias eles apresentaram o mais potente telescópio do mundo, chamado GTC. Com nova tecnologia, o aparelho poderá desvendar cada vez mais os grandes mistérios do universo, como a origem de planetas, e encontrar vestígios de organismos vivos que comprovem uma eventual existência de seres extraterrestres – são sobretudo esses seres a tal da agulha que tanto se procura além da massa escura que envolve a nossa galáxia. O segredo de um bom telescópio, é claro, está em suas lentes – devemos isso ao astrônomo alemão Johannes Kepler, que em 1604 ampliou o seu campo de visão colocando duas lentes convexas na luneta feita por Galileu Galilei. A partir dessa experiência os cientistas dos séculos seguintes entenderam que o pulo-do-gato está no diâmetro e na quantidade delas. Inaugurando uma nova era, o Instituto de Astrofísica das Canárias, em parceria com a Universidade da Flórida, nos EUA, valeuse agora dos raios infravermelhos (tecnologia a laser) para montar o GTC.

 

 

 

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A nova ferramenta foi apresentada a pesquisadores de todo o mundo em um evento que reuniu do príncipe Felipe, da Espanha ao lendário guitarrista Brian May, da banda Queen. O telescópio custou US$ 176 milhões e conta com 36 espelhos de 10,4 metros de diâmetro – o que representa o dobro da capacidade de alcance dos telescópios usuais. Isso porque o poder de visão desse tipo de instrumento está diretamente ligado à quantidade de luz que ele captura. Ou seja: maiores espelhos, ou lentes, capturam por exemplo uma quantidade maior de luz refletida por uma estrela, resultando em imagens de maior resolução. As múltiplas lentes são essenciais, pois um único telescópio poderá apanhar imagens em diversos