A moda praia brasileira está de cara nova. Mais elegante e discreta, no verão 2002 ela é o oposto daquela que fez história com a música de Brian Hyland. Promete pôr fim às roupas de banho “tão pequenininhas que na palma da mão se escondiam”. Cruzadas, triangulares e em forma de bustiê ou tomara-que-caia, as novas partes de cima são tão trabalhadas que dão até pena de entrar no mar. As partes de baixo, por sua vez, são grandes e ganham formatos de micro-shorts saint-tropez ou de sunkinis (calcinhas largas). O estilista Amir Slama, das grifes Sais e Rosa Chá acredita que o fenômeno dos “biquinões” seja um reflexo da mudança de mentalidade da mulher brasileira. “Ela começa a criar o hábito de se vestir para ir à praia e não apenas de se despir”, observa Slama.

Realmente, os novos biquínis são tão elaborados que parecem roupas. O modelo Crochê Brigite, da Rosa Chá, por exemplo, tem fundo de lycra branca com bordado de crochê azul e um detalhe xadrez no pescoço, em tactel com strech, que dá às costas o charme discreto de uma blusinha frente-única. Chamadas de “triângulos”, por causa do formato piramidal dos bojos, essas partes de cima aparecem com força em todas as grandes marcas de moda praia. A estilista Jaqueline De Biase, da grife carioca Salinas, explica o fenômeno: “Naturais ou siliconados, os seios grandes já são tão importantes para as brasileiras quanto o bumbum. E se encaixam muito melhor nos sutiãs de triângulos inteiros do que nas partes de cima tipo cortininha ou meia-taça”, diz.

Em São Paulo, a grife Prisma abusa das calcinhas grandonas tipo saint-tropez e das partes de cima triangulares. Os tecidos e estampas da Prisma não são tão trabalhados como os da Rosa Chá e da Salinas, mas seu biquínis apresentam uma grande vantagem em relação à concorrência. Todas as peças são vendidas separadamente. As calcinhas custam R$ 24 e os sutiãs R$ 18. Bom para quem gosta de combinar estampas. Melhor ainda para as brasileiras de seios fartos.