Essa nota é exemplo do que sugere ser uma boa notícia, mas que a partir da sexta linha se revela uma triste realidade. Houve uma redução de 50% no número de pacientes baleados atendidos no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. Já se está na linha divisória: as vítimas de tiro agora morrem na hora, já não ficam apenas feridas. “A mudança se deu a partir de 1997 quando foram introduzidas no Rio de Janeiro armas como AR-15 e AK-47”, disse a ISTOÉ o chefe de cirurgia vascular do hospital, Rossi Murilo da Silva. “A lesão provocada por esses armamentos é de 25 centímetros de diâmetro, e a causada por um revólver 38 é de cinco centímetros.”

ISTOÉ – O que mudou?
Silva – Morto não vai para o hospital, vai direto para o IML.
ISTOÉ – Qual a média atual de atendimento de baleados?
Silva – Esse ano foram 700. Em 1996, 1,4 mil vítimas.