Caciquismo nordestino
O presidente Fernando Henrique Cardoso, como todo mundo sabe, não morre de amores pelo governador do Ceará, Tasso Jereissati. Mas acha absolutamente legítimas suas movimentações para ser indicado candidato do PSDB à sucessão presidencial. Irritado FHC ficou foi ao saber que haveria um ato de apoio da família Covas à candidatura Tasso. O presidente classifica o gesto como uma demonstração de caciquismo típico das oligarquias políticas familiares do Nordeste, contra as quais o PSDB se insurgiu desde a fundação. Com todo o respeito à viúva de Covas, dona Lila, e a seus filhos, Zuzinha e Renata, FHC pergunta quantos votos a família tem. Como podem ter certeza de que, se vivo, Covas não teria mudado de idéia em relação a seu candidato? FHC diz orgulhar-se da proposta do PSDB de tratar a política como coisa racional. Nega-se a aceitar que os destinos do partido sejam determinados por essa ou aquela família, qualquer que seja, misturando um sentimento de carinho pela memória de Covas com lutas internas da agremiação.

A viúva imprime, nós pagamos
Essa é difícil de explicar. Os Correios e Telégrafos (uma empresa pública) fecharam acordos com as companhias telefônicas (privatizadas) segundo os quais, além de postarem e enviarem as contas aos consumidores, fica ao encargo da estatal a impressão dos boletos. Isso sem que até agora tenha sido cobrado das companhias telefônicas qualquer acréscimo pelo novo serviço. As contas – chamadas “notas fiscais de serviço de telecomunicações” – serão impressas pela Xerox, contratada e paga, sem licitação, pelos Correios. Quer dizer, pelo nosso bolso.

Método FHC
Na segunda-feira 15, o presidente Fernando Henrique reuniu-se com a cúpula tucana para discutir se nomeava ou não o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) como ministro da Integração Nacional. Pela primeira vez, FHC mostrou-se favorável à proposta do ministro Pimenta da Veiga, de mandar logo o PMDB para fora do governo. Na quarta-feira 24, reunido com a cúpula do PMDB, FHC era outro. Prometeu que Ney já é ministro.

Rastilho de pólvora
Tasso Jereissati prometeu: não haverá golpes baixos na disputa com José Serra para ver quem será o candidato do PSDB a presidente. Mas cabos eleitorais em Juazeiro do Norte estão espalhando uma onda que, no Nordeste, destrói qualquer candidatura. O boato: Serra teria dito que o velho Padre Cícero foi um embusteiro.

O bom inquilino
O marqueteiro Nizan Guanaes alugou um velho casarão de Andrea Matarazzo. Como a casa andava meio velhusca, Nizan, graciosamente, fez uma bela reforma. Ficou tinindo de nova, para alegria do ex-secretário.

Rápidas

Ao saber que Paulo Hartung trocou seu partido pelo PSB, o presidente do PPS, Roberto Freire, telefonou para o ex-correligionário. Disse todos os palavrões que lembrou.

Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, disse ao presidente Fernando Henrique Cardoso que, se houver poucos candidatos em 2002, o PT deve eleger Lula no primeiro turno.

Antes de passar o cargo à vice Benedita da Silva (PT), o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), planeja demitir todos os assessores em cargos comissionados.

A conselho do peemedebista Moreira Franco, Garotinho acha que Benedita não conseguirá preencher todos os cargos nos seis meses de governo, tamanha a briga no PT.