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O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo 

Procuradores envolvidos nas investigações sabem muito bem que a Operação Lava Jato atingiu um outro patamar desde a manhã da sexta-feira 19. E têm certeza de que em pouco tempo o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser demandado para que autorize a continuidade das apurações.

Na prática, as prisões de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, aproximam a Lava Jato do Palácio do Planalto. É sabido pela torcida do Flamengo que a interlocução entre o governo e os empreiteiros agora na carceragem da Polícia Federal não é feita por diretores de estatais. Muito menos com doleiros.

Também é do conhecimento dos procuradores e delegados da Lava Jato que o propinoduto instalado na maior estatal do País não é apenas o fruto da uma ação combinada por meia dúzia de empreiteiros que resolveram depenar os cofres da Petrobras e contaram com a participação e dois ou três Cerverós. A Lava Jato chegou ao andar de cima das empreiteiras e à cobertura dos agentes públicos, tanto os que atualmente desfrutam do poder quanto daqueles que já o fizeram no passado.

As prisões da manhã da sexta-feira 19 com certeza encerram um ciclo da Operação. O momento protagonizado pelas empresas parece chegar ao fim para dar passagem à ala dos políticos. Os próximos dias serão importantes para se saber se no STF os agentes da Lava Jato terão o mesmo respaldo e celeridade que encontraram com o juiz Sérgio Moro.