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Lançado nos anos 1960, o livro “O Retrato”, do jornalista e escritor Osvaldo Peralva, permaneceu durante mais de meio século no limbo do mercado editorial brasileiro, até seu relançamento, neste ano, pela editora Três Estrelas. Não sem razão. Ao longo de suas páginas, a obra traça um impiedoso quadro dos bastidores do Partido Comunista Brasileiro (PCB) desnudando, ao mesmo tempo, suas vinculações e relação de dependência e subserviência em relação à burocracia que comandava a então União Soviética. Trata-se de um relato de um militante de alto escalão, desiludido com o autoritarismo e o sectarismo stalinista que predominavam no velho PCB, postura que o levou ao isolamento político, em um primeiro momento e, mais tarde, com o AI-5, ao exílio. Ex-diretor do extinto Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, Peralva trabalhou até a anistia, em 1979, como correspondente do jornal Folha de S.Paulo, em Tóquio.

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