dinheiro-shutter-483x303.jpg

Pressionada pela energia elétrica, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a acelerar em maio e registrou alta de 0,74%. Em abril, a taxa havia sido de 0,71%. Com o resultado, o IPCA acumula altas de 5,34% no ano e de 8,47% em 12 meses – ambos os maiores índices desde 2003. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O resultado de maio veio acima do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa entre 0,50% e 0,68%, com mediana de 0,59%.
 
No mês passado, a energia elétrica ficou 2,77% mais cara, adicionando sozinha 0,11 ponto porcentual à alta de 0,74% do índice. Em função de reajustes anuais, tiveram aumentos na energia elétrica Recife (12,20%), Salvador (12,07%), Fortaleza (5,20%), Porto Alegre (3,94%), Belo Horizonte (3,76%) e Campo Grande (0,85%). Em outras regiões, porém, houve alta nas tarifas em função de alteração nos impostos.
 
"É o caso da região metropolitana de Vitória, onde as alíquotas do PIS/COFINS tiveram elevação de 529,25%", destacou o IBGE. A região liderou os reajustes em função de impostos, com alta de 10,38% no preço da energia.
 
Com a alta de maio, a energia elétrica já subiu 41,94% no ano. Nos últimos 12 meses, as contas já estão 58,47% mais caras. O item energia elétrica ainda ajudou a impulsionar o grupo Habitação, que subiu 1,22% em maio, segundo principal impacto no IPCA do mês (0,19 ponto porcentual). 
 
Tomate e cebola, os vilões. Já a inflação do grupo Alimentação e Bebidas acelerou de 0,97% em abril para 1,37% em maio, o maior impacto (0,34 ponto porcentual) no resultado do IPCA do mês passado. Só o tomate ficou 21,38% mais caro, respondendo sozinho por 0,07 ponto porcentual do IPCA.
 
Outros alimentos também registraram alta de preços, como cebola (35,59%), cenoura (15,90%), sorvete (6,75%), carnes (2,32%), pão francês (1,60%), lanche fora de casa (1,45%) e leite longa vida (1,32%). Por outro lado, ficaram mais baratos mandioca (-5,09%), farinha de mandioca (-4,42%), feijão-carioca (-4,17%) e ovos (-3,93%).
 
As passagens aéreas, por outro lado, ficaram 23,37% mais baratas em maio. O resultado levou o grupo Transportes a registrar queda de 0,29% no mês passado, contra elevação de 0,11% em abril.
 
Remédio mais caro. O reajuste dos medicamentos autorizado pelo governo levou o item a ficar 1,64% mais caro no IPCA de maio. Com isso, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais subiu 1,10% no mês passado. No ano, os remédios já ficaram 5,35% mais caro. 
 
"O aumento é reflexo da aplicação dos reajustes de 5,00%, 6,35% ou 7,70%, conforme o nível de concentração no mercado, em vigor desde o dia 31 de março", destacou o órgão.
 
Ainda no grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, outros itens destacaram-se em maio, como artigos de higiene pessoal (1,07%), serviços laboratoriais e hospitalares (1,04%), plano de saúde (0,77%) e serviços médicos e dentários (0,75%).