Doze pessoas foram acusadas de homicídio com dolo eventual no processo que apurou responsabilidade pelo incêndio da boate Kiss. A tragédia ocorreu há cerca de dois anos e meio e matou 242 jovens. Os réus são oito bombeiros, dois proprietários da casa e dois integrantes da banda local. Na semana passada, na própria Santa Maria, deu-se o primeiro julgamento envolvendo os bombeiros – e deu-se também o ressurgimento da polêmica se policiais militares (como eles são) devem ser julgados em casos de morte pela Justiça Militar da Corporação ou pelo Tribunal do Júri. Motivou os protestos dos familiares das vítimas a absolvição de seis dos acusados e a condenação de apenas dois deles a um ano de prisão, apesar do grave crime de “inserção de declaração falsa” – leia-se alvarás que autorizavam o funcionamento da boate. “O que eles estão pensando? Só porque têm estrelinhas acham que são mais que alguém?”, indignou-se Maria Aparecida Neves, mãe da vítima Augusto Cezar.