Ao propor a exumação do corpo do deputado José Janene (PP-PR), o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), deu poucas pistas sobre as razões da suspeita de que o parlamentar estaria vivo. Disse que a viúva, Stael Fernanda, não vira o corpo do marido, o que depois foi negado por ela. Entre integrantes da comissão, circulou a versão de que a multinacional Kroll, contratada para ajudar nas investigações, seria a origem da informação de que Janene viveria em um país da América Central.

CONF-ABRE-IE.jpg

A presença de Youssef
Embora a família rejeite a versão e velhos colaboradores de Janene também a considerem improvável, alguns boatos ajudam a fortalecer a necessidade de apuração do caso. No atestado de óbito, quem aparece como “declarante” da morte é justamente o doleiro Alberto Youssef, o grande parceiro do parlamentar nos desvios de dinheiro da Petrobras.

Mais uma sobre o morto
Para aumentar a teoria conspiratória, um empresário paranaense diz que, há quatro anos, viu Janene no aeroporto de Dubai. Ao chamá-lo na multidão, o homem teria corrido e desaparecido. Depois da negativa de Stael Fernanda, Hugo Motta admitiu que pode desistir da exumação.

Falhas nos serviços
Um dos problemas do governo para fechar o pacote de concessões é a má qualidade dos serviços prestados nas rodovias pelas empresas que ganharam leilões em 2007. Pesquisas mostram a grande insatisfação dos usuários com algumas concessões.

Charge_2373_Dilma_China.jpg

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

CPI atropelada no Ceará I

A oposição ao governador Camilo Santana (PT) reclama de uma manobra feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (Pros). Para evitar uma CPI sobre o Aquário Oceânico, Albuquerque furou a fila e registrou outras duas comissões durante a noite.

CPI atropelada no Ceará II
Obra prioritária para Cid Gomes, antecessor de Camilo Santana, o aquário já consumiu cerca de R$ 150 milhões dos cofres estaduais. Para ser concluído, ainda depende de um empréstimo de R$ 300 milhões. Na propaganda do governo, será o terceiro maior aquário do mundo.

Vacilou, dançou
Parlamentares da Comissão Especial da Reforma Política souberam uma que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ prepara manobra para desmoralizá-los. Pelo que souberam, Cunha pretende enviar direto para o plenário uma PEC sobre o tema com a alegação de que o tempo da comissão se esgotou sem que o relatório final fosse votado.

Retaliação
Se Eduardo Cunha de fato mandar ao plenário uma proposta genérica de mudança na Constituição, o modelo da reforma política seria decidido por meio de votação de destaques. Assim, o trabalho da comissão perderia o sentido. O presidente da Câmara ficou insatisfeito com o trabalho do grupo.

O estaleiro sem terreno
Documentos recebidos pela força-tarefa da Operação Lava Jato indicam que a empresa WTorre ganhou do governo Lula a área de 113 mil metros quadrados para a construção do Estaleiro Rio Grande. Mas a cessão do terreno foi formalizada mais de um mês após o término da concorrência da Petrobras. Ou seja, a empreiteira venceu a disputa sem ter onde construir o estaleiro. A licitação feita pela consultoria Rio Bravo previa que empreiteiras e consórcios fizessem ofertas de parceria para a obra, sendo responsáveis pelo fornecimento da área com condições para erguer grandes plataformas para uso no pré-sal.

Sem gastar um centavo
A concorrência foi encerrada em abril de 2006. Em 16 de maio, o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, transferiu os direitos de uso da área para o estado do Rio Grande do Sul, que o repassou imediatamente à WTorre. Depois, a empresa entregou o
terreno à Rio Bravo para lastrear a um fundo imobiliário. Após dez anos, a propriedade ­retorna para a empreiteira.

Toma lá dá cá

Governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

Conf_03.jpg

ISTOÉ – É possível debater medidas do pacto federativo no momento que o governo discute corte de gastos?
Wellington –
Algumas medidas têm chance, pois não representam impacto para a União. Os estados têm receita de ICMS a receber e há a possibilidade de antecipação de recursos de royalties.


ISTOÉ – O que os estados precisam para movimentar essa receita?
Wellington –
Pedimos que a rede bancária possa fazer a cobrança. Por exemplo, o Banco do Brasil poderia cobrar o sonegador de dívida ativa e fazer o cálculo para antecipar os recursos dos royalties.

ISTOÉ – Qual é o principal pleito dos governadores?
Wellington –
Abrir a possibilidade de contratar empréstimos, no momento que a União não pode nos atender com convênios.

Rápidas

* Integrante da comissão encarregada de sistematizar as reivindicações dos governadores, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE) saiu otimista da primeira reunião do grupo. “O Congresso apontará a solução para alavancar a economia. Mostraremos que o parlamentarismo funciona,”, diz Forte.

* Além de Danilo Forte, fazem parte da comissão os senadores José Serra (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado André Moura (PSC-CE). Eles foram nomeados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

* Quando era deputado, o maranhense Domingos Dutra ficou conhecido pelos ternos de cores extravagantes. Ao trocar o PT pelo Solidariedade, Dutra não se reelegeu. Na semana passada, ele apareceu no Congresso com outra novidade – agora cultiva uma barba exuberante.

* Domingos Dutra cobiçava o cargo de secretário da representação do Maranhão em Brasília, mas não se entendeu com o governador, Flávio Dino. O ex-deputado foi nomeado procurador do município de Barreirinhas, porta dos Lençóis Maranhenses.

Retrato falado

A multiplicação de partidos políticos deixou o regimento interno da Câmara descompassado. Atualmente, líderes de 28 siglas podem pedir a vez e usar o tempo na tribuna por 15 minutos durante a discussão de matérias. O artifício trava as votações. O deputado Índio da Costa (PSD-RJ) vai relatar proposta na Comissão de Constituição e Justiça para mudar o regimento e reduzir para cinco minutos o tempo de participação dos líderes e agilizar as votações.

Conf_02.jpg

PSOL deixou Deus de fora
Ao formalizar a expulsão do deputado Cabo Daciolo junto à Mesa Diretora, o PSOL cuidou de evitar polêmicas religiosas. Daciolo foi punido depois de ter apresentado uma PEC que inclui a expressão “todo poder emana de Deus” na Constituição. Mas, no ofício, o partido usou como justificativa o fato de o deputado ter defendido os policiais acusados de, em 2013, torturar e matar o pedreiro Amarildo de Souza.

Conf_04.jpg


Contra os direitos humanos
Na interpretação do PSOL, a atitude de Cabo Daciolo se enquadra nas faltas previstas no estatuto da sigla. Entre os compromissos assumidos pelo partido em seus documentos oficiais, está a defesa dos Direitos Humanos, ignorada pelo parlamentar em suas declarações.

Fotos: Sérgio Lima/Folhapress; Zeca Ribeiro
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira e Josie Jerônimo 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias