Quebrou-se na quinta-feira 7 uma tradição na história das eleições parlamentares britânicas – a previsibilidade. Institutos de pesquisa, imprensa e a maioria dos ingleses, que não perdem a chance de apostar dinheiro tentando acertar o resultado das urnas, previam que a votação da semana passada seria a mais apertada entre os partidos Conservador e Trabalhista desde o final da Segunda Guerra Mundial. Erraram. Surpreendentemente, os conservadores conquistavam a maioria absoluta dos votos já na metade da apuração, numa consagradora vitória do primeiro-ministro David Cameron que continuará no cargo – e, ao contrário da legislatura anterior, dessa vez poderão governar sozinhos. Cameron foi ao palácio de Buckingham para receber da rainha Elizabeth II a missão de formar o novo governo. O seu grande trunfo eleitoral se traduz na defesa intransigente da austeridade fiscal e no compromisso de realização de um plebiscito em 2017, no qual os britânicos dirão se querem continuar na União Européia.