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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,71% em abril, ante 1,32% em março. O resultado veio dentro das expectativas dos analistas e deveu-se, principalmente, à menor alta da energia elétrica. 

A conta de luz subiu 1,31% no mês passado, após o expressivo aumento de 22,08% em março – quando refletiu a revisão das tarifas em todas as regiões pesquisadas, além do reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária. Todos os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
  
Apesar da desaceleração em abril, o IPCA ainda acumula taxas elevadas. A alta de 8,17% em 12 meses é a maior desde dezembro de 2003, quando ficou em 9,30%. Já a alta de 4,56% no acumulado do ano é a mais intensa para o período desde 2003 (6,15%). Na leitura mensal, por sua vez, o avanço de 0,71% é o maior para o mês desde 2011.
 
Segundo o IBGE, a alta de 1,31% da energia elétrica no mês passado refletiu a pressão exercida pelas regiões de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife. Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 38,12% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos 12 meses as contas estão 59,93% mais caras.
 
Diante da trégua nas tarifas de energia, o grupo Habitação desacelerou de 5,29%, em março, para 0,93%, em abril. O alívio não foi maior porque outros itens pressionaram, entre eles gás de botijão (1,05%), condomínio (0,85%), mão de obra para pequenos reparos (0,73%), aluguel residencial (0,72%) e artigos de limpeza (0,64%). As taxas de água e esgoto, por sua vez, subiram 0,61%, com reajustes no Recife, Curitiba e Brasília.
 
Remédios mais caros. O preço dos remédios foi destaque em abril, ao subir 3,27% e gerar a maior contribuição individual para o IPCA. O resultado, segundo o IBGE, adicionou 0,11 ponto porcentual à inflação. 
 
A alta foi provocada pelos reajustes de 5%, 6,35% ou 7,70% nos medicamentos, conforme o nível de concentração no mercado, em vigor desde 31 de março. Com isso, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais acelerou de 0,69%, em março, para 1,32%, em abril. Houve ainda, no mês passado, aumentos nos serviços médicos e dentários (0,93%), produtos óticos (0,91%) e plano de saúde (0,77%). 
 
As passagens aéreas também ficaram mais caras em abril: 10,21%. Apesar disso, o grupo Transportes desacelerou de 0,46% em março para 0,11%. A desaceleração, segundo o IBGE, ocorreu porque os combustíveis ficaram mais baratos. Os preços da gasolina caíram 0,67%, enquanto o etanol cedeu 2,33%. 
 
Tomate, ainda o vilão. Já o grupo Alimentação e Bebidas desacelerou de 1,17%, em março, para 0,97%, em abril. Apesar disso, o grupo continuou liderando os impactos no indicador, com contribuição de 0,24 ponto porcentual para a taxa de 0,71% do mês passado. 
 
Com o tomate à frente, cujos preços subiram 17,90%, vários alimentos tiveram aumentos significativos em abril, entre eles: cebola, feijão-mulatinho, leite longa vida, óleo de soja, alho, queijo, frutas, carnes e pão francês. No sentido contrário, ficaram mais baratos batata-inglesa, mandioca, farinha de mandioca, feijão-preto, feijão-carioca e ovos.