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A o permitir que se tornasse pública uma lista contendo os 100 maiores desmatamentos na Amazônia Legal autuados pelo Ibama nos últimos dois anos, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, colocou em xeque a política de reforma agrária do governo Lula. O ranking dos maiores desmatadores do País, elaborado pelo Inpe, mostra que na lista dos dez primeiros os seis maiores infratores são projetos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ou seja, a lista desmente a versão corrente de que o único vilão da floresta é a expansão do agronegócio e revela que a Amazônia vem sendo derrubada em grande parte pelas motosserras dos assentamentos promovidos pelo MST e outras organizações congêneres, financiados com recursos públicos. O levantamento revelado pelo Ministério do Meio Ambiente constata que uma área de 2.282 quilômetros quadrados foi desmatada de forma irregular nos assentamentos do Incra em Mato Grosso e permitiu ao Ibama que aplicasse uma multa de R$ 265,5 milhões.

"Ao permitir que esses dados se tornassem públicos, o ministro Minc agiu de forma correta e corajosa. Este assunto estava enfiado embaixo do tapete", disse Graziano. "O Incra insiste em tratar floresta virgem como área improdutiva e promover assentamentos. O importante agora é tornar produtivo os assentamentos", afirma. Apesar do empenho do governo em minimizar os dados, a discussão está posta. "O modelo adotado atualmente para distribuir terras aos assentados transforma os assentamentos em tabuleiro de xadrez. Transformar uma grande área em pequenos módulos de terra, a serem explorados separadamente por cada família, não favorece nem a produtividade agrícola nem a formação de corredores ecológicos", conclui o ministro Minc.