A Editora Gráfica Atitude, usada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para desviar propinas do Petrolão, faz parte de uma ampla rede de comunicação dos sindicatos dos Bancários de São Paulo e dos Metalúrgicos do ABC. Além da “Revista do Brasil”, da Atitude, os dois sindicatos têm ainda a Rádio Brasil Atual, a agência de notícias Rede Brasil Atual (RBA), um jornal com o mesmo nome e outro, chamado ABCD Maior. A “menina dos olhos” é a TV do Trabalhador, a TVT, que ganhou a concessão em 2010.

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Disputa pela mídia
A licença da TVT está em nome da Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, organização sem fins lucrativos, fundada pelos dois sindicatos. Em janeiro, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, recebeu representantes da fundação para falar de temas como democratização da mídia, comunicação pública e radiodifusão comunitária.

Um padrinho forte 
Apelidada de “TV do Lula”, a TVT ganhou, em 2013, licença da Anatel e aval do então titular das Comunicações, Paulo Bernardo, para transferir as antenas de transmissão de São Caetano do Sul para a Avenida Paulista. O ex-presidente Lula se empenhou pessoalmente na mudança.

Aposentados não descansam
A Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas vai retomar as pressões sobre o governo pela correção dos benefícios dos 10 milhões de inativos que recebem mais de um salário mínimo. A luta é para incluir na Lei Orçamentária um reajuste superior à inflação.

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Atrás dos segredos
Enquanto a CPI da Receita Federal patina, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara corre por fora. O colegiado encaminhou pedido de acesso às informações sobre os fatos e as pessoas físicas e jurídicas investigadas na Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Silêncio forçado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), viveu um curto período de silêncio forçado. Não que ele tenha se arrependido de alguma declaração. Renan ficou calado nos dias do feriadão por que estava com dor de dente. Com os assessores, comunicava-se com bilhetinhos.

Tortura na Esplanada
Instalada para apurar as violações cometidas pela ditadura militar contra os direitos humanos na Universidade de Brasília (UnB), a Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade apresentou relatório na última semana. Uma das revelações mais fortes se refere à tortura de estudantes no prédio do Ministério do Exército em plena Esplanada.

Vítimas
O relatório da UnB também registrou os nomes de três estudantes que integram a lista de desaparecidos da ditadura. São eles: Ieda Santos Salgado, Honestino Monteiro Guimarães e Paulo de Tarso Celestino da Silva. Durante um mês, o documento ficará aberto para receber sugestões da sociedade.

Incra rebate ruralistas
A bancada ruralista do Senado costuma usar uma invasão de terras no Tocantins para questionar a reforma agrária. Nos discursos, os parlamentares do agronegócio dizem que eram terras produtivas, tiradas dos proprietários pelos governos do PT. Na semana passada, o Incra apresentou documentos para rebater os argumentos dos ruralistas. Segundo a papelada, as terras foram ocupadas na época da Guerrilha do Araguaia, na década de 1970, e se tornaram um assentamento em 1992, durante do governo Fernando Henrique. Diante do questionamento, os senadores vão analisar os dados para refazer o discurso.

Sem perder a receita
A pressão das cidades de Florianópolis, Recife e Vitória para que a União modifique as regras de cobrança das taxas dos terrenos de marinha começa a surtir efeitos. A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) formou no mês passado um grupo com a missão específica de encontrar uma saída para o problema, que se arrasta há muito tempo. Mas a União não quer perder receita.

Toma lá dá cá

Senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado

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ISTOÉ – Qual sua opinião sobre a pesquisa feita pelo Senado que mostra descrença do brasileiro em relação à política energética?
Alves –
A pesquisa alerta para a ampliação de outras fontes renováveis. Temos a matriz energética mais viável do mundo, não podemos ficar à mercê das crises.

ISTOÉ – O governo deve fazer uma campanha pela racionalização do uso de energia?
Alves –
Temos que fazer esse debate. A conscientização para o consumidor fazer a sua parte é muito importante.


ISTOÉ – Os parques eólicos do Rio Grande do Norte deram certo?
Alves–
Os parques já estão funcionando. Com o aporte de geração de energia eólica, atraímos R$ 10 bilhões em investimentos.

Rápidas

* A um ano e meio das eleições, é possível identificar os interessados em concorrer à Prefeitura do Rio. O PMDB do prefeito, Eduardo Paes, tem dois candidatos: o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, e o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo.

* Por enquanto, os peemedebistas vão mal. Sondagens espontâneas feitas pelo PMDB, apontam como favoritos o deputado Alessandro Molon (PT), a deputada Clarissa Garotinho (PR), o senador Romário (PSB) e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

* O ex-senador Luiz Estevão ainda cumpre pena em regime aberto por crimes que vão do desvio de recursos públicos a falsificação de documentos. Mesmo condenado e há muito tempo sem mandato, ele ainda tem muito poder na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

* Pelas contas de um deputado distrital, Luiz Estevão indicou os ocupantes de pelo menos 20 dos cargos comissionados mais bem remunerados. Empresário de vários setores, principalmente no ramo imobiliário, o ex-senador se diz o homem mais rico do DF.

Retrato falado

Alvo de protestos dos que cobram “devolução” da ação que veda o financiamento eleitoral por empresas, o ministro do STF Gilmar Mendes emitiu sua opinião, durante palestra no Senado, sobre os que pegaram em armas contra a ditadura. Mendes afirmou que a reforma política é atribuição exclusiva do Congresso e disse que durante a ditadura Militar foram os homens que lutaram dentro das instituições que mais ajudaram o país a superar o regime de exceção.

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Haja verba
Em tempo de corte de gastos, vale a pena observar como os parlamentares usam o dinheiro da verba indenizatória. O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), por exemplo, gastou R$ 38, 4 mil em março. Com esse dinheiro, ele alugou um jatinho para visitar um município do Acre, abasteceu o carro com 1.160 litros de gasolina em um único posto e alugou nove salas para abrigar seu escritório político no estado.

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Fora as passagens aéreas
Pela regra da Câmara, a verba indenizatória varia em função da distância entre o estado e Brasília. Por esse critério, Sibá Machado tem direito a cerca R$ 40 mil, incluídas as despesas com voos para o Acre. Em março, o líder do PT não demonstrou gastos com passagens.


Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
Fotos: Renato Ribeiro Silva/Futura Press/Folhapress; Gustavo Bezerra; Moreira Mariz  


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