E Aécio é quem se queima
Está nas mãos do corregedor da Câmara, deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), a decisão sobre dois casos cabeludos. Primeiro, as acusações de envolvimento do deputado José Priante (PMDB-PA) na rede de fraudes da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) protagonizada por Jader Barbalho. Depois, o caso do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), acusado de ter montado a gravação fraudulenta de uma conversa do ex-deputado Mário Frota afirmando que Jader cobrava propinas de empresários. Cabem a Barbosa Neto os pareceres sobre a abertura de processos contra Priante e Pauderney por quebra do decoro parlamentar. Mas, se depender do corregedor, os dois casos vão para as calendas. Ele já avisou que, antes de sua decisão, vai esperar a conclusão dos casos na Justiça. E quem corre o risco de se desmoralizar com essa história é o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG). Aécio havia prometido comandar uma cruzada moralizadora na Casa. Até agora não conseguiu fazer andar nenhuma das acusações contra deputados.

A guerra de Jader Barbalho
A estratégia de Jader Barbalho – de tentar adiar ao máximo o início de seu processo de cassação – foi traçada junto com marqueteiros. Pragmáticos, seus conselheiros dizem que, se os EUA atacarem o Afeganistão, o noticiário será tomado pela guerra. A tendência seria de esfriamento das denúncias contra Jader na opinião pública.

Sucessão presidencial: hora da largada
Avaliação de Fernando Henrique Cardoso para a cúpula tucana: com o governo livre de Jader Barbalho e Antônio Carlos Magalhães e com José Sarney longe da presidência do Senado, já há condições para articular o nome do candidato do Palácio do Planalto às eleições de 2002.

Bolada trabalhista
O STF decidiu na semana passada – 11 anos após iniciar tramitação na justiça trabalhista: os 16 mil operários que trabalhavam no Pólo Petroquímico de Camaçari (BA) deveriam ter recebido reajuste salarial de 90% do INPC, que foram expurgados pelo Plano Collor. As empresas terão que pagar cerca de US$ 300 milhões aos trabalhadores da época.

“Foi uma votação transparente.
Mas a apuração foi secreta”

Do deputado Milton Temer (PT-RJ) sobre o processo que resultou
na reeleição do presidente do PT, deputado José Dirceu (SP)

Troca-troca
Troca de partidos no Espírito Santo. A deputada Rita Camata (PMDB) está de malas prontas para o PPS. Seu marido, o senador Gerson Camata, também deve sair do PMDB, partido que está recebendo adesões em massa de ex-tucanos aliados do governador José Ignácio. A crise capixaba se estende ao PFL, que está sendo dirigido por um interventor, o deputado José Carlos Fonseca Junior.

Rápidas

Por falta de dinheiro para o rancho, para a compra de fardas e para o treinamento, o Exército deve reduzir para dez meses o tempo de serviço militar obrigatório dos jovens brasileiros.

Na reunião com os demais presidentes dos partidos governistas, Jorge Bornhausen (PFL) chegou a dizer que o ex-ministro Ramez Tebet era o melhor nome para presidir o Senado.

Às vésperas da eleição de Ramez Tebet como novo presidente do Senado, José Fogaça (PMDB-RS) recebeu um bilhete do PFL: “Dispute em plenário contra (Tebet) que nós o apoiamos.”