Antes de mais nada, Coração de cavaleiro (A knight’s tale, Estados Unidos, 2001) – em cartaz nacional – é um ambicioso outdoor para ampliar a visibilidade do ator australiano Heath Ledger em Hollywood, sempre ávida por forjar novos e potenciais galãs. Heath não é assim um novo Tom Cruise, mas dá conta do recado vivendo William, um pobretão sem linhagem, disposto a se converter num cavaleiro medieval para se casar com uma aristocrata. No objeto de seu amor está a verdadeira descoberta do filme, pelo menos no quesito estético. É a estreante atriz havaiana Shanynn Sossamon, que faz sua Jocelyn arrancar suspiros da platéia. Além da beleza de Shanynn, Coração de cavaleiro desfila coadjuvantes divertidos e explora à exaustão bons recursos imaginativos, como a estilista de armaduras em plena Idade Média e as canções pop-rock da trilha sonora. A brincadeira estica um pouco o fôlego do filme, que não passa de uma fábula bem rasteirinha. Mas, de piada em piada, de referência em referência, a fita é digerida saborosamente. Incluindo a loirice de Heath Ledger, que certamente enfeitará as capas de cadernos de jovens colegiais em todo o mundo.