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Em seu discurso de posse na transmissão do cargo nesta segunda feira (6/4), às 15h, em Brasília, o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, deverá fazer uma narrativa política ao posicionar a educação como a quarta agenda da história do País, a ser executada por meio de um esforço de todos os partidos políticos e de toda a nação. Janine deverá relembrar que a primeira agenda da história do País aconteceu com redemocratização liderada pelo PMDB; que a segunda agenda nacional foi a da estabilidade da moeda, sob a batuta do PSDB; e que a terceira agenda é a inclusão social, conduzida pelo PT, e ainda não concluída. Em tom de conciliação, ele quer propor a abertura da quarta agenda , fazendo com que a luta pela educação no Brasil seja suprapartidária.

O novo ministro da Educação também recorrerá a um  argumento para o seu chamamento geral aos brasileiros: o de que a ignorância e a falta de instrução não geram na população as mesmas dores daquelas provocadas pelos problemas de saúde. Nesse raciocínio, deverá lembrar que a decisão de abandonar uma escola não dói tanto quanto desistir de um remédio necessário. Janine defenderá a mudança dessa lógica passiva como um caminho para transformar a realidade do baixo nível da educação no País. 

Esse efeito inspirador que motiva a aprendizagem calcada no prazer ilimitado de aprender e adquirir conhecimento é defendida pelo novo ministro em seus livros. Em "A Universidade e a Vida Atual – Fellini não via filmes" (2003)", Janine questiona a forma tradicional de ensino nas universidades e defende que o ensino superior seja mais articulado com a vida social. Segundo o livro, Fellini  certa vez disse que, para imaginar seus filmes, ele não via filmes. Sua inspiração vinha de fontes externas a seu mundo imediato – por exemplo, mas não só, livros. Este livro parte desta metáfora do grande cineasta. A partir daí, Janine defende menos rigidez nas disciplinas e nas notas e mais trocas com a vida prática e vivências fora da sala de aula.