Num futuro próximo, um homem de 32 anos há oito vive trancado em seu apartamento. Sofre de agorafobia, o medo de multidões e espaços abertos. Seu único contato com o mundo acontece através do computador, do telefone e da televisão. Para fazer sexo, veste uma espécie de corpete cheio de sensores que o conecta à rede. Até mesmo a mãe só tem acesso a ele com um telefonema por semana. Assim, aos poucos, também vai-se sabendo que na sociedade imaginada pelo diretor belga Pierre-Paul Renders todos usam tatuagens tribais e têm o comportamento monitorado conjuntamente por religiosos, publicitários e pelo Psicólogo (Frédéric Topart). É um tema instigante, não fosse o espectador colocado o tempo todo na posição de Thomas, que nunca aparece. Ou seja, durante os 92 minutos assiste-se a rostos e mais rostos tentando expressar-se. Thomas apaixona-se por um deles. Mas nem todos se apaixonam pelo filme.
(Luiz Chagas)
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