Uma onda de calor está prevista para atuar até este sábado, 26, e as temperaturas podem chegar a 40°C em pleno inverno. Segundo o professor Micael Amore Cecchini da IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) USP (Universidade de São Paulo), o país vai enfrentar nesta penúltima semana de agosto o calor normalmente registrado entre setembro e outubro.

Resumo:

  • Efeito chamado de “jatos de baixos níveis” pode ter relação com as altas temperaturas;
  • Além dele, há o fenômeno El Niño e as consequências das mudanças climáticas;
  • Normalmente, essa onda de calor é registrada entre os meses de setembro e outubro.

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Em entrevista à ISTOÉ, o docente explicou que esse calor extremo pode ter como causa a circulação de “jatos de baixos níveis”, que levam o ar quente do Norte do país em direção ao Sudeste e Sul. Esse efeito climático acontece exclusivamente no Brasil.

“As frentes frias que vêm do Sul se encontram com esses jatos e tendem a ser bloqueadas, o que dificulta a entrada do frio nas regiões”, acrescentou.

Outro fator que pode estar colaborando com as altas temperaturas é o fenômeno El Niño, que ocorre no intervalo entre cinco e oitos anos e provoca alterações significativas no clima, porque também dificulta a entrada da frente fria.

Medições globais

Ainda de acordo com o professor, há um terceiro motivo para as altas temperaturas: as mudanças climáticas. “Desde a década de 40, o mês de julho foi registrado como o mais quente em todo o globo e o mês de agosto pode chegar próximo disso”, completou.

Em julho, a temperatura foi de 0,72°C acima da média global e isso fez com que diversos países da Europa fossem atingidos pelo calor extremo. Inclusive, algumas regiões ficaram em estado de alerta para incêndios.