A irrequieta cantora surgida na mesma vanguarda paulista que criou Virgínia Rosa, Vânia Bastos e Ná Ozzetti finalmente fez um disco à altura de seu talento. Apoiada pelos arranjos enxutos, de extremo bom gosto, do tecladista Lincoln Antonio e do violonista Chico Saraiva, e cheia de convidados escolhidos a dedo, Suzana conseguiu colocar a nu a essência de seu canto. A seu serviço estão o lirismo de toques cerebrais de Luiz Tatit na faixa-título, composições dedicadas às festas populares, como Foi boto sinhá ou Helena, e autores consagrados, entre eles Chico Buarque, Paulinho da Viola e Paul Simon. Além de virtuosas parcerias com Ná (La luna) e Chico César (Xangô), sem deixar de lado canções de Kurt Weill e Bertolt Brecht, cuja beleza trágica Suzana encarna à perfeição. (Luiz Chagas)
Ouça sem parar