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 Andreas (de vermelho), ao lado da irmã, Suzane, e dos pais, Manfred e Marísia

Andreas von Richthofen, irmão de Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais, ocorrido em 2002, publicou uma carta em que defende o pai, Manfred, de acusações sobre um suposto esquema de corrupção na estatal Dersa, da qual ele era funcionário.

No documento, entregue à Rádio Estadão e dirigido ao promotor Nadir de Campos Jr, que fez as alegações sobre Manfred em um programa de tevê, Andreas classifica o crime cometido pela irmã como "nojento" e cobra explicações sobre as acusações contra o pai.
 
"Se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito", escreveu o jovem, hoje com 27 anos.

Em aparição no programa "Superpop", da "Rede TV!", na última segunda-feira 2, Nadir de Campos Jr. insinuou que Manfred usou contas na Suíça para depositar dinheiro público desviado da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A). O esquema teria ocorrido durante as obras do Rodoanel de São Paulo. Ainda segundo o promotor, Suzane seria a beneficiária dessas contas.

 
Na carta, o filho mais jovem do casal Manfred e Marísia também fala sobre a "raiva e indignação para com estes três assassinos" (Suzane cometeu o crime ao lado do namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian) e afirma que a "sociedade compartilha esse sentimento".
 
Nesta sexta-feira, Andreas também deu uma rápida entrevista à Rádio Estadão em que afirma ter vontade de sair do Brasil por causa do "peso" de seu sobrenome no País.
 
Confira a íntegra da carta:
 
"Prezado Dr. Nadir de Campos Jr.
 
É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.
 
Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento. Encare da perspectiva existencialista. No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal. Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen.
 
Respeitosamente,
 
Andreas Albert von Richthofen"

 

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