Parece que a caverna do sr. Paulo Salim Maluf está ruindo. E o desmoronamento ameaça soterrar as riquezas de seu dono. Ela vem abaixo depois de décadas de um persistente trabalho na construção de uma imagem baseada na impunidade e no “rouba, mas faz”. Atulhado de troféus, como os precatórios, o portfólio que Maluf exibia com orgulho até pouco tempo atrás tem obras-primas do superfaturamento, entre elas o túnel Ayrton Senna e a avenida Águas Espraiadas, ambas em São Paulo.

Foi justamente através de investigações para apurar as maracutaias do túnel Ayrton Senna que o Ministério Público acabou achando as jóias de Maluf: diamantes azuis e rubis vermelhos. Ao rastrear a dinheirama do túnel, os procuradores encontraram uma conta aberta em 1985, na Suíça, em nome da empresa Blue Diamond Limited, transferida para a ilha de Jersey com o nome de Red Ruby Ltd., em 1997. Segundo as informações das autoridades suíças, o beneficiário da companhia é “um certo Paolo Maluf, governador do Estado de São Paulo e prefeito da cidade de São Paulo, Brazil”. Para o promotor Sílvio Antônio Marques, se Maluf for condenado em todos os processos terá de devolver US$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.

Sintomaticamente, o desastre de Maluf segue-se aos de outros ícones da Nação, como o sr. Antônio Carlos Magalhães, ex-senador, e o sr. Jader Barbalho, presidente licenciado do Senado.