O PMDB de sempre
Na quarta-feira 22 a cúpula governista do PMDB reuniu-se, na casa do governador de Brasília, Joaquim Roriz, para fazer um levantamento dos votos na convenção que o partido fará em setembro. Conclusão: o grupo elege com folga Michel Temer como novo presidente do partido. A pauta da convenção já foi decidida, não dando margem a qualquer virada de mesa dos oposicionistas. Mais. Foi acertado que, se a claque oposicionista – em geral composta de grupos como o MR-8 – conseguir aprovar alguma moção contra o governo, essa moção será simplesmente ignorada depois que Michel estiver empossado. Quanto a Itamar Franco, já é dado como carta fora do baralho. No mais, o grupo vai esperar para ver se melhoram os índices de popularidade de FHC e fecham a chapa com o PSDB e o PFL para presidente em 2002. Se não der, aí sim, o PMDB sai com um candidato próprio, qualquer um, para lutar pelos governos estaduais e por uma bancada numerosa no Congresso. Nada mais.

Perdição dos procuradores
Na sede do Ministério Público Federal, em Brasília, os carros particulares dos procuradores ficam protegidos na garagem, ocupando as vagas destinadas à frota oficial. Esta foi expulsa, por ofício, para o estacionamento descoberto, onde fica exposta à chuva, ao sol e ao risco de roubo. Os procuradores, vigias da lei e do patrimônio público, neste caso, preferem proteger o próprio bolso. Nos últimos cinco anos o Ministério Público trocou pelo menos uma vez toda a sua frota envelhecida. A próxima troca, com o dinheiro do contribuinte, pelo jeito será em breve.

Combate ao crime
O Presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores, Jerfferson Simões, vai apresentar ao ministro da Justiça, José Gregori, uma proposta interessante. A idéia é interligar as cerca de 1.500 viaturas das empresas privadas aos núcleos regionais de segurança, guardas municipais e polícias civil e militar com informações online sobre atividades suspeitas detectadas durante suas rondas. A segurança privada continuaria sem poder de polícia, mas ajudaria um bocado no flagrante de atividades criminosas.

Conta salgada
A juíza Magda Regina de Castro condenou o ex-ministro Élcio Álvares e um grupo de espertos empresários a devolverem aos cofres públicos o que se pagou a mais na compra superfaturada de uma área de 224 mil metros quadrados em Vila Velha. A transação foi realizada quando Élcio era governador do Espírito Santo. O terreno foi oferecido ao governo por um preço seis vezes menor do que o valor que ele desembolsou dias depois de um intermediário entrar no negócio.

Vale tudo
Na minúscula cidade de Morrinhos, interior de Goiás, juiz local manda mais do que o Superior Tribunal de Justiça. Em julho, o STJ deu ganho de causa a Luciano Carneiro do Vale para assumir como tabelião do município até a realização de concurso público para a vaga. Mas a decisão do STJ, a segunda instância mais alta do Judiciário no País, não valeu para o desembargador Floriano Gomes. Ele concedeu liminar para que Ademir Teixeira Peres – que como Luciano trabalhava no cartório – assuma o cargo.

Rápidas

O brigadeiro Álvaro Dutra, assessor do ex-presidente João Baptista Figueiredo na ditadura, defende uma revisão no meio militar das críticas ao ex-presidente João Goulart.

Álvaro Dutra vai mais além. Diz que Fernando Henrique Cardoso “devia tomar como exemplo o nacionalismo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e deixar de aderir aos estrangeiros”.

O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima, anda tão governista, tão governista, que já admite fechar a chapa para 2002 com o ministro da Fazenda Pedro Malan como candidato.