Astor Piazzolla (1921-1992) deixou uma obra musical revolucionária, amada pelos radicais ou odiada pelos puristas do tango argentino. Piazzolla acatava com bom humor a polêmica, lembrando que a Argentina era um país de paixões extremadas, dividido entre torcedores fanáticos do River Plate e do Boca Juniors e entre peronistas e antiperonistas. Quase uma década depois de sua morte, o célebre tocador de bandoneón, aquele que reinventou o tango, continua desfrutando de enorme reputação. Seu legado criativo pode novamente ser conferido nas duas apresentações que o quinteto New Tango Original Group faz na quarta-feira 29 e na quinta-feira 30, no Baretto, sofisticado bar da zona sul de São Paulo.

O grupo é formado pelo guitarrista Horacio Malvicino – que atuou durante 40 anos com o mestre –, o violinista Fernando Suarez Paz, o baixista Hector Console e o pianista Nichola Ledesma, todos músicos que tocaram com Piazzolla em diversos momentos. A eles junta-se Nestor Marconi, aclamado como o maior bandoneonista do momento, que, entre inúmeros trabalhos, assinou a trilha sonora do filme Tango, de Carlos Saura. É uma chance rara de poder ouvir, com grandes músicos, peças clássicas de Astor Piazzolla, como a melancólica e belíssima Adios noniño – composta no final da década de 50, logo depois de saber da morte do pai, Vicente – Libertango, La muerte del angel, Invierno porteño, Michelangelo 70 e tantas outras. Repertório que já foi aplaudido em Tóquio, Milão, Roma e Londres.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias