A prisão do advogado penal José Roberto Leal de Carvalho, um dos mais conceituados do País, está mobilizando a OAB e a Associação dos Advogados de São Paulo. Mais: a Corregedoria da Polícia Civil quer saber se houve abuso de poder em sua prisão. Leal permaneceu algemado por quatro horas a uma cadeira do 4º DP no sábado 18. Estava lá para defender um cliente. Segundo o boletim de ocorrência feito pela delegada plantonista Henriqueta Caruso, o advogado causou tumulto e recusou-se a mostrar a sua identificação. Foi enquadrado no crime de desobediência. “Eu fui impedido de assistir ao depoimento, o que é direito dos advogados, e por isso não mostrei a minha identificação da OAB nem assinei o termo de presença”, diz Leal. “Ela praticou três abusos: cerceamento do exercício profissional, prisão ilegal e uso de algemas para humilhar”. Segundo Eduardo Carnelós, defensor de Leal, não houve crime de desobediência – “e mesmo que houvesse, é uma infração sem flagrante e afiançável”.