OCarnaval nem tinha começado, mas a quinta-feira 12 amanheceu com clima de Quarta-Feira de Cinzas para a eterna musa dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, Luma de Oliveira. Às 7h30, policiais federais chegaram à casa da ex-mulher do empresário Eike Batista para cumprir um mandado de busca e apreensão da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal carioca, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal. Foram recebidos pelo filho do casal, Thor, e pelo chefe de segurança da casa. Antes de serem autorizados a entrar, ameaçaram invadir a mansão, segundo testemunhas. Os agentes apreenderam três veículos: duas Toyotas Hilux, estimadas em R$ 175 mil cada uma, e uma BMW X5. O carro de um dos filhos, uma Range Rover, não estava no local e por isso não foi levado. O bloqueio foi decretado para garantir o pagamento de possíveis indenizações. O empresário responde por seis crimes, entre eles manipulação de mercado e formação de quadrilha.

abre.jpg
ANTES DO CARNAVAL
A BMW X5 recolhida na casa de Luma na
quinta-feira 12: clima de Quarta-Feira de Cinzas

IEpag46e47_AndersonLuma-2.jpg

Desde sexta-feira 6, a Polícia Federal tem recolhido bens de Eike Batista em propriedades no Rio e em Angra dos Reis. A última apreensão, realizada na quarta-feira 11, confiscou um iate, três motos aquáticas e uma lancha – a operação faz parte do bloqueio de R$ 3 bilhões em posses do empresário e de familiares. “Depois de todos os bens apreendidos, vamos avaliar até chegar ao montante que o Ministério Público requereu. Caso ultrapasse, o restante será devolvido”, afirmou o juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal. A apreensão, entretanto, é polêmica. O advogado Sérgio Bermudes, responsável pela defesa de Batista, classificou a decisão de brutal. “A Polícia Federal foi extremamente correta e cortês, mas a decisão judicial só pode ser classificada como fúria selvagem”, afirmou. Segundo o advogado, embora a apreensão garanta o pagamento de indenizações, o processo ainda está no início. Por isso, no seu entendimento, o correto seria fazer um levantamento de todos os bens de Eike, acautelá-los e deixar o empresário como fiel depositário. “Processos como esses demoram, e os bens ficarão largados por anos”, diz Bermudes. “Vamos entrar com medidas judiciais contra essa situação.”

Fotos: PauloJares/Ag. Istoé; Ricardo Borges/Folhapress