Morreu no Rio de Janeiro na quarta-feira 4, de infarto e aos 85 anos, a mulher que foi considerada, dada a beleza estonteante, a Brigitte Bardot brasileira. Nome: Odete Lara. Profissão? É possível defini-la pela melhor categoria profissional já criada no País pelo compositor Antonio Maria: “Profissão Esperança”. Odete Lara, uma das atrizes de primeira grandeza, espalhou, e só espalhou, esperança – pessoal e política. Que alma humana superaria assim a criação num orfanato após ver o pai e a mãe se suicidarem? Só mesmo Odete, que acreditava desesperadamente no amor: não por acaso gravou em 1963 uma raridade de disco com Vinícius de Moraes e Baden Powell. Odete foi figura central no cinema e no teatro, e aí entrou a esperança política de construir pela arte um Brasil melhor – e mais delicado. No auge da fama ela se autoimpôs o ostracismo e converteu-se ao budismo. A amiga e produtora Letícia Fontoura fala de sua morte: “Ela foi indo, foi saindo do ar”.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias