Em 2005, a editora inglesa Condé Nast Johansens – responsável pelas revistas Vogue, The New Yorker e Vanity Fair – publicou o seu primeiro guia de hotéis de luxo na América. Na ocasião, o Brasil só emplacou 11 nomes. No ano passado, foram 19. Em 2007, a listagem praticamente dobrou. Foram selecionados 34 hotéis e pousadas, o suficiente para colocar o País em lugar de destaque no guia mais completo que existe, já transformado no livro de cabeceira de cerca de 13 milhões de viajantes em todo o mundo. Entre os critérios para a seleção estão a excelência das instalações, localização, culinária e serviço – que leva em consideração até mesmo o carisma dos donos das pequenas pousadas.

O mercado de resorts no Brasil cresce de 10% a 15% ao ano, graças a um incremento na qualidade do serviço e na variedade de hotéis, estimulada por investimentos externos. “É a consolidação do turismo brasileiro no mercado internacional”, comemora Ricardo Domingues, diretor executivo da Resorts Brasil. Cerca de 30% da receita de um resort vem do turismo de negócios, o que equilibra a fuga de capital nos períodos de baixa estação. E o Brasil tem sido cada vez mais procurado para este tipo de investimento. Segundo a Associação Internacional de Convenções e Congressos (ICCA), o País ocupa o 7º lugar no ranking do turismo corporativo.

Dos 34 selecionados – entre resorts, hotéis e pousadas –, nove estão na Bahia, oito no Rio de Janeiro, quatro em Santa Catarina, quatro em São Paulo, três no Rio Grande do Sul, dois em Minas Gerais, dois em Pernambuco, um no Rio Grande do Norte e um em Alagoas. O resort Ponta dos Ganchos – a 40 quilômetros de Florianópolis – é um dos destaques na publicação. Nos seus 80 mil m2, apenas 5% são de área construída. Há heliponto para quem quer fugir da estrada, café da manhã em qualquer horário e não é permitida a entrada de visitantes ou hospedagem de pessoas com menos de 18 anos. Todos os bangalôs possuem sala de estar e deque com vista para o mar. E o mais inusitado: um gazebo em uma das ilhas próximas é reservado para apenas um casal por noite para um jantar especial.

Segundo Felipe Candiota, responsável pela seleção no Brasil, a qualidade do serviço de hotelaria no País melhora a cada ano, mas o foco de investimentos ainda permanece nas cidades litorâneas. “A Amazônia e o Centro-Oeste poderiam ser pólos turísticos, mas precisam de mais recursos para atrair o turista que valoriza a sofisticação”, explica. O guia Condé Nast Johansens – que já existe há 25 anos na Europa – fica disponível nos quartos dos principais hotéis do mundo.