O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, está depondo neste momento na sede da Polícia Federal em São Paulo. Ele foi conduzido à superintendência da PF na manhã desta quinta-feira de forma coercitiva a pedido da Procuradoria da República e dos delegados da Polícia Federal que investigam o escândalo de corrupção na Petrobras nesta que é a quinta fase da Operação Lava Jato. De acordo com os procuradores que investigam o caso, Vaccari é o principal de 11 novos operadores identificados nesta nova fase da investigação.

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O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, já é tratado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras

Vaccari foi contatado em sua casa nas primeiras horas da manhã de quinta-feira por agentes da Polícia Federal. O tesoureiro do PT, no entanto, se recusou a abrir o portão de sua casa e os agentes tiveram que pular o muro da residência, localizada no bairro Planalto Paulista, em São Paulo.

A Operação My Way, nona fase da Lava Jato, anunciou nesta quinta-feira, 5, que um grupo de onze operadores agia na Diretoria de Serviços da Petrobras para pagamento de propinas. A Diretoria de Serviços foi comandada por Renato Duque, alvo da investigação, que foi indiciado para o cargo pelo PT.

Segundo a Procuradoria da República e a Polícia Federal, o tesoureiro do PT João Vaccari Neto é suspeito de ser o principal operador da Serviços, área estratégica da estatal petrolífera porque por ela passavam todos os procedimentos de licitações e contratações.

A PF faz buscas na casa de Vaccari, em São Paulo. Contra ele foi expedido mandado de condução coercitiva. Vaccari foi acusado pelo delator Pedro Barusco, ex-gerente da Diretoria de Serviços, de receber propinas. Barusco chamava Renato Duque de ‘My Way’, por isso o nome da operação deflagrada hoje.

 O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse que a My Way está na fase de "semeadura de provas". Ele declarou que a força tarefa quer saber de Vaccari Neto "informações a respeito de doações que ele solicitou, legais ou ilegais, envolvendo pessoas que mantinham contratos com a Petrobras".

 "Esse é basicamente o motivo pelo qual está sendo ouvido nesse momento", declarou o procurador. Indagado se o dinheiro ia para o PT, o procurador disse. "Não posso dizer exatamente o destino porque nem sempre doações passam pelo caminho legal."

 Uma grande empresa de Santa Catarina também foi alvo de busca. Segundo a polícia, a companhia supostamente pagaria propina em negócios com a BR Distribuidora em troca de informações privilegiadas e contratos direcionados para ela.