AROEIRA/O DIA

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Profecias e traições

Momento constrangedor da crise política foi o encontro reservado que o presidente Fernando Henrique Cardoso teve com o senador José Sarney (PMDB-AP), na segunda-feira 29. Sarney ainda sonhava com o apoio do governo para disputar a presidência do Senado. Mas FHC já havia decidido que não moveria uma palha em favor de Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), o verdadeiro padrinho da candidatura do senador peemedebista. Sarney, então, tentou uma última cartada: alertou FHC de que o governador de Minas, Itamar Franco, está para se filiar ao PMDB. Segundo ele, os peemedebistas na verdade sonham com uma chapa presidencial encabeçada por Itamar, tendo como vice o ex-ministro Ciro Gomes, do PPS. “Se você pretende fazer seu sucessor, deve transferir suas preocupações para essa chapa”, disse o senador. Ou seja, fez uma profecia: Jader Barbalho e o PMDB vão acabar traindo o governo. Mas o presidente não deu o braço a torcer. Ali mesmo Sarney decidiu que não dava mais para concorrer. “O Palácio está muito triunfal para meu gosto”, reclamou.

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Leitura de cabeceira

José Serra anda com um bom motivo para exibir suas vistosas olheiras. Acaba de levar para casa o caudaloso livro Memórias das trevas, biografia não autorizada de ACM. O ministro da Saúde foi um dos 200 compradores do best seller na livraria Siciliano do Shopping Conjunto Nacional, de Brasília. Teve que fazer reserva para garantir o seu, como conta o gerente Márcio.

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Mui amigos

Na série de trapalhadas que cometeu esta semana, Inocêncio Oliveira teve dois conselheiros: os deputados Roberto Brant (MG) e José Carlos Aleluia (BA), considerados os mais brilhantes estrategistas da bancada. Como ambos são candidatos a líder do partido, na vaga de Inocêncio, um colega comentou: “Até agora não sei se eles erraram ou se acertaram na mosca.”

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Grampos à solta

Do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, sobre a paranóia quanto a grampos telefônicos que assola Brasília: “A Casa Militar do governo da Bahia contratou quase todos os investigadores particulares de Brasília. Sabe para quê? Para grampearem a mim e ao ministro Eliseu Padilha (Transportes).”

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Guerra no Ceará

O deputado peemedebista Eunício Guimarães, cacique do partido no Ceará, conta que conversou com o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado, também cearense, a quem abriu as portas do PMDB no Estado. “Só argumentei que, antes, ele devia concorrer a presidente do PSDB local. Se vencer, toma o partido das mãos do Tasso Jereissati. Se perder, traz para o PMDB um bom pedaço do tucanato.”

“O PMDB já está comprometido com a candidatura de Pedro Simon’’
Do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, sobre a entrada de Itamar Franco no partido

 

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Rápidas

César Maia acertou com Leonel Brizola uma frente contra o governador Anthony Garotinho em 2002. O candidato ao governo do Rio pelo grupo será o prefeito de Niterói, Jorge Roberto da Silveira.

Do ministro Francisco Dornelles (PPB), sobre a vitória de seu primo Aécio Neves (PSDB) na Câmara. “Ele é neto de Tancredo Neves e viveu ao lado do avô. Tinha de ter aprendido a fazer política.”

O candidato das oposições a presidente do Senado, Jefferson Perez (PDT), perdeu o apoio do PFL quando anunciou que, se eleito, acabará com cargos em comissões nos gabinetes senatoriais.

Preferido de Jader para líder do PMDB, Renan Calheiros cumpriu a promessa de não fazer campanha. Foi surpreendido por Ney Suassuna colhendo assinaturas e se dizendo candidato do governo.