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Eduardo Cunha (PMDB): olho no Conselho de Ética em troca de apoio do PP
 
 

O apoio oficial da bancada do PP à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara foi costurado após o peemedebista ter se comprometido a acompanhar de perto o trabalho do Conselho de Ética da Casa. Dos 38 deputados do partido que tomaram posse hoje, pelo menos 20 parlamentares são citados nas investigações da Operação Lava Jato e correm o risco de responder a processo de cassação de mandato. Em reunião com a bancada, às vésperas da eleição, Cunha afirmou que se for eleito presidente terá uma postura altiva, impedindo que o avanço dos processos da Lava Jato no Judiciário imponha o ritmo das análises de quebra de decoro parlamentar.

O PP demorou para declarar apoio oficial a Cunha. Antes de fechar com o candidato do PMDB, a legenda procurou seu principal adversário, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para discutir o funcionamento do Conselho de Ética nesta legislatura. O petista se recusou a debater o tema e limitou-se a dizer que as regras de tramitação dos processos de cassação já estão detalhadas no regimento da Casa.

Além do PP, Eduardo Cunha ganhou o apoio velado da oposição. Apesar de o PSDB ter indicado que votará no deputado Júlio Delgado (PSB-MG), nos bastidores parte dos tucanos trabalha para a candidatura do PMDB. Nem toda bancada do PSDB se posicionou em relação à candidatura de Cunha.

Tucanos mais experientes apostam que Eduardo Cunha é mais nocivo ao governo se estiver irritado com a derrota e fora da Mesa Diretora. Como presidente da Câmara, ele se acertará com o governo, mesmo que isso tenha um alto custo para o Planalto.

Na manhã de hoje, o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) presidiu a sessão de posse dos 513 deputados. No período da tarde, as bancadas discutem a formação de blocos parlamentares. A eleição da Mesa está marcada para as 18h.