A recente quebra de sigilo bancário das empreiteiras revelou que o ex-ministro José Dirceu embolsou mais de R$ 4 milhões em consultorias a empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. Uma delas foi a OAS, que pagou a Dirceu R$ 30 mil em parcelas mensais que totalizaram R$ 720 mil. Um dos integrantes da Lava-Jato só hoje reparou que o valor é idêntico ao que a mesma construtora pagou ao ex-diretor da Previ Sérgio Rosa, também por serviços de consultoria.

 

Pura coincidência ou a OAS tem a prática incomum de remunerar da mesma forma seus consultores externos, independentemente do serviço prestado? A Polícia Federal prefere acreditar na versão de que esses contratos teriam sido forjados para encobrir o pagamento de propinas, como fez o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.  

 

Só uma investigação profunda poderá tirar a dúvida. Rosa diz que sua consultoria se resumia em comentários e opiniões sobre projetos da OAS que nunca saíram do papel. Dirceu, por sua vez, já disparou versões de que prestou serviços em projetos internacionais sem qualquer relação com a Petrobras. Por Claudio Dantas Sequeira.