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Há uma grande expectativa nos meios políticos e jurídicos em relação às denúncias contra parlamentares e governadores atingidos pela Operação Lava Jato. Os delatores listaram mais de 30 autoridades como beneficiários de verbas desviadas da Petrobras. Até a semana passada, no entanto, nada se tornou público sobre o recebimento de dinheiro ilegal pelos acusados. No Congresso, predomina a avaliação de que doações eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral não serão consideradas crimes.

Cem anos de perdão
Nos bastidores do Congresso, parlamentares que acreditam na culpa dos políticos se surpreendem com os valores arrecadados por funcionários da Petrobras, caso do ex-gerente Pedro Barusco, que confessou ter recebido US$ 100 milhões. Os observadores avaliam que esses empregados enganaram quem os indicou e embolsaram mais do que o combinado.

Ética, mas nem tanto
Presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PSD-SP) quer ser reeleito. Mas suas chances são mínimas. No cargo ele fez três pedidos de cassação e um de suspensão. No momento em que o MP finaliza as denúncias, esse currículo atrapalha. Os parlamentares querem, na verdade, um engavetador.

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Eles querem espaço
Deputados eleitos pela primeira vez reclamam do tamanho dos gabinetes. Para agradá-los, a direção da Câmara desativou um salão de beleza e um restaurante. Na semana passada, quando pediam votos, candidatos à presidência da Casa prometiam obras para ampliar os espaços.

A fila parou de andar
Na Controladoria-Geral da União (CGU), técnicos aguardam a liberação de 15 viagens para apurar processos em andamento. Também esperam autorização para duas novas auditorias em programas de governo. Para prosseguir, falta o aval do novo controlador, Valdir Simão.

Atrás de dois empregos
Indicado pelo PT do Pará e do Amapá, o ex-deputado Lourival de Freitas (AP) aguarda a nomeação para uma diretoria da Eletronorte. Ele é processado por improbidade administrativa e execução fiscal e, também, aciona a União na Justiça para obter um vínculo empregatício.

Reunião tensa
A conversa entre Renan Calheiros (AL) e Luiz Henrique (SC) sobre a eleição do presidente do Senado teve momentos de tensão. Renan sugeriu que o colega disputasse a candidatura na bancada. Henrique respondeu que não seguiria a orientação, pois disputaria em nome dos que o procuram “deprimidos” pela falta de alternância de poder para a vaga.

Quinteto
Dentro do PT, o grupo de ministros mais próximos de Dilma foi ironicamente apelidado de “quinteto”. São eles: Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), Pepe Vargas (Relações Institucionais) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

O mapa do lobby no BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou auditores externos para elaborar relatórios sobre pes­soas, empresas e consultorias que atuam junto aos diretores em busca de financiamento. Após o escândalo da Petrobras, o banco revisou seus mecanismos de controle interno e chegou à conclusão de que os relatórios de contabilidade não conseguem mapear o tráfico de influências, pois os lobbies ficam pulverizados entre os ocupantes de altos cargos. O objetivo do BNDES é monitorar a ação externa desses funcionários. Eles também passarão por análise da evolução patrimonial.

O rombo do “puxadinho”
O novo presidente da Câmara assume o cargo com uma dívida de R$ 21,2 milhões. Esse é o rombo deixado pelo antecessor, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), relativo à obra do Centro de Tecnologia Norte, um “puxadinho” planejado para abrigar o centro médico e a polícia. Problemas nos contratos com as empreiteiras impediram a conclusão do projeto, que já consumiu R$ 12 milhões.

Toma lá, da cá
Carlos Minc, deputado estadual pelo PT do Rio de Janeiro e ex-ministro do Meio Ambiente

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ISTOÉ – A que se devem as crises hídrica e energética?
Minc –
É uma combinação de fatores. Faltou planejamento, sem dúvida. Não estava no plano uma seca desse tamanho, mas não se pode atribuir a crise exclusivamente aos fenômenos da natureza.
ISTOÉ – O que poderia ser feito?
Minc –
Falta educação ambiental agressiva. A irrigação gasta seis vezes mais água do que a população. A cobrança do uso da água também leva as empresas a mudarem o comportamento.
ISTOÉ – E no setor da produção de energia?
Minc –
Na pasta de Minas e Energia é difícil o diálogo com o Meio Ambiente. Na minha gestão, projetamos a construção de um parque eólico, tiramos impostos dos equipamentos.

Rápidas
* O tesoureiro do PT, João Vaccari, quer impedir a eleição do metalúrgico Sérgio Nobre para a presidência da Central Única dos Trabalhadores. Nobre foi escolhido pelo sindicato de São Bernardo (SP), com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
* Se depender da vontade de João Vaccari, o atual presidente da CUT, Vagner Freitas, será reconduzido ao cargo. Assim como o tesoureiro petista, Freitas pertence à categoria dos bancários, adversários dos metalúrgicos nas disputas internas da central.
* A crise na saúde do Distrito Federal, com atraso nos salários e falta de remédios nos hospitais, levou o governador Rodrigo Rollemberg a pedir ajuda à União. A falta de verbas para repor os estoques também atingiu o sistema prisional do DF.
* Em outubro, os administradores solicitaram reposição do estoque de medicamentos para os presos, mas o dinheiro não chegou. Na semana passada, finalmente, o governo do Distrito Federal foi autorizado a comprar R$ 350 mil em remédios para as cadeias.

Retrato falado

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Fábio Luís da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu reagir contra as redes sociais. Ele anunciou na semana passada que vai processar Eduardo Jorge, candidato ao Planalto pelo PV no ano passado. Segundo Lulinha, Jorge afirmou no Tweeter que ele é um dos donos do Frigorífico Friboi. O político verde atribuiu a postagem ofensiva a um perfil falso. Aliados de Lula discordam e dizem que a mensagem existiu, mas foi apagada. “Estou chocado que alguém como Lula, que me conhece bem, possa ter me atribuído escrito brutal e vulgar”

PMDB contra PRB

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O ministro da Pesca, Helder Barbalho, do PMDB, decidiu incomodar seu antecessor, Marcelo Crivella, do PRB. Primeiro, o novo titular exonerou dirigentes do PRB acomodados na pasta. Em outra ofensiva, Barbalho determinou que as superintendências apresentem o mapa de produção do setor e a lista dos beneficiários do seguro-defeso, benefício pago a pescadores durante o período de reprodução das espécies.

Orientação da chefe
Helder Barbalho tem na mesa denúncias de utilização política do seguro-defeso em dezenas de municípios. Ao passar o pente-fino nos cadastros, o ministro também agrada à chefe, a presidente Dilma Rousseff, que desde o ano passado aponta distorções na concessão do benefício.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
Fotos: Renato Araujo/ABr; Roberto Castro/Ag. Istoé