É lamentável que a CBF não pretenda denunciar o jogador uruguaio Facundo Castro, que na terça-feira 27 chamou de “macaco” o meio-campista brasileiro Marcos Guilherme (5 vezes) no jogo de abertura do Sul-Americano Sub-20. Na mesma terça-feira a jogadora de vôlei Fabiana Claudino, da equipe do Sesi paulista e da seleção brasileira, foi igualmente chamada de “macaca” por um torcedor na partida contra o Minas Tênis Clube. A manifestação de protesto de Fabiana é a mais lúcida e corajosa que se ouviu até hoje no País por parte de atleta ofendido por racismo. “A esse senhor que me ofendeu, lamento profundamente que ache que as chicotadas que nossos antepassados levaram há séculos não serviram hoje para que nunca mais se subjulgue à mão pesada de qualquer outra cor de pele. Basta de ódio. Chega de intolerância”. A CBF poderia seguir o exemplo dos diretores do Minas: os árbitros não ouviram as ofensas, mas isso não impediu que eles levassem o ofensor à delegacia.