Crises da Petrobras, OGX e Sabesp devem gerar fuga de notáveis dos conselhos de administração. Com ações desabando, balanço omitindo corrupção, ­rating rebaixado, será difícil para a Petrobras voltar a ter nomes do cabedal de Jorge Gerdau em seu conselho de administração. Tampouco a Sabesp ou a OGX. Especialistas preveem uma fuga de notáveis dos conselhos.

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“O lado ruim é afastar gente muito boa que não quer se comprometer. O lado bom é que a responsabilidade e eficácia dos conselhos será mais cobrada. As pessoas vão pensar duas vezes antes de assumir um cargo assim”, acredita Leonardo Viegas, especialista em governança corporativa.

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A OGX, braço petroleiro de Eike Batista, tinha o ex-ministro da fazenda Pedro Malan e a ex-presidente do STF Ellen Gracie, em seus quadros, e não escapou do buraco. A Sabesp, protagonista da crise da água em São Paulo, tem no conselho o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman.

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Para que servem, afinal, os conselhos? Como explicar o descalabro de empresas que em seus conselhos têm ou tiveram ministros, empresários top e até, como na Petrobras, a atual presidente da República Dilma Rousseff? Conselhos de administração são estruturas intermediárias, com membros escolhidos em assembleias de acionistas, com a função de direcionar e controlar o desempenho da diretoria executiva. Se a legislação for cumprida ao pé da letra, as responsabilidades dos conselheiros são iguais às da diretoria – inclusive sujeitos a bloqueio de bens. Na prática, diz Viegas, “há muitos conselhos pró-forma”. 

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