Diante de um Congresso majoritariamente republicano, o presidente dos EUA, o democrata Barack Obama, mostrou-se um mágico da política em seu impactante discurso sobre o Estado da União na noite da terça-feira 20. Com frases de efeito mas nem por isso menos duras, ao estilo do ex-presidente e também democrata John Kennedy, ele colocou o país nas mãos de cada cidadão ao declarar que “daqui para a frente cada um de nós poderá escolher qual destino os EUA deverão seguir”. Foi nesse trilho que Obama colocou estrategicamente nas mãos de seus adversários republicanos o ônus de terem de aprovar duas propostas democratas que eles abominam, mas que não podem detoná-las sob pena de perderem totalmente o apoio popular: o aumento de impostos sobre os mais ricos para financiar programas em favor da classe média e o fim do embargo econômico a Cuba. Se os republicanos acolherem tais propostas, perderão a sua identidade ideológica; se as barrarem, perderão a próxima eleição presidencial.