AROEIRA/O DIA

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O golpe final

O episódio que nos últimos tempos mais irritou o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, foi a filiação do ex-carlista Benito Gama ao PMDB. Mas o tucanato diz que ACM ainda terá muito mais com o que ficar nervoso, a partir de março, quando estiver fora do comando do Senado. A expectativa é de que, a partir daí, ACM passe a tratar do controle de seu grupo na Bahia, o que tornará inevitável um embate com o ex-governador e até agora carlista Paulo Souto, que disputa com Rodolpho Tourinho a vaga de herdeiro político de ACM. Tourinho é o preferido do grão-cacique baiano. Aproveitando-se disso, os tucanos mandaram um recado a Paulo Souto: o PSDB está aberto à sua filiação. Neste caso, em 2002, Paulo Souto poderá contar com o apoio do governo federal para sua candidatura a governador, numa aliança envolvendo o PMDB e até alguns partidos de esquerda no Estado. Será o golpe final de Fernando Henrique no poderio de ACM.

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FHC dribla Tasso

Com o apoio do presidente Fernando Henrique, o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado, que é desafeto de Tasso Jereissati no Ceará, deve ser reconduzido ao cargo. Já recolheu assinaturas de apoio a sua reeleição de 12 dos 14 senadores do partido.

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Tasso dribla FHC

Convencido de que não tem o apoio de FHC para sucedê-lo na Presidência da República, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, resolveu lutar para que o candidato do PSDB seja escolhido em eleições prévias no partido. E tem dito que vai concorrer de qualquer maneira.

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Guerra de dossiês

O governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, foi quem abasteceu de informações um dos dossiês em poder do presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães. Segundo informam parlamentares carlistas, a papelada mostra as ligações perigosas de um político de nome nacional com cassinos clandestinos no Sul do País.

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Os órfãos de Severino

O deputado João Caldas (PL-AL) é conhecido no Congresso como um dos porta-vozes do baixo-clero. Aquela turma de deputados sem voz que senta no fundo do plenário, mas que é maioria na Casa. E com a qual o deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE) contava na sua campanha a presidente da Câmara. Pois bem, João Caldas era eleitor confesso de Severino e está tiririca com o fato de seu candidato ter desistido em favor do tucano Aécio Neves: “Ele havia nos prometido que jamais desistiria. O pior é que fez tudo de maneira muito nebulosa. Mas não faz mal. Severino agora é candidato a primeiro-secretário e nós vamos derrotá-lo. Nem que seja para eleger um poste.”

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Rápidas

Circula em ninhos tucanos: Inocêncio Oliveira tem evitado bater em ACM porque, quando ministro das Comunicações, o cacique baiano passou ao deputado a concessão de uma rádio em Caruaru (PE).

De José Sarney, brincando com o oposicionismo de Inocêncio: “Eu o aconselhei a falar que era oposição ao Aécio Neves. Ele é que entendeu somente oposição e ponto final.”

Para fugir da reunião em que o PMDB sacramentou apoio a Jader Barbalho, Gérson Camata (ES) disse que tinha perdido seu vôo para Brasília. Mas o governador tucano José Ignácio providenciou um jatinho.

Ciro Gomes e Tasso Jereissati já acertaram a chapa
PSDB-PPS para 2002 no Ceará. O candidato a governador
será o senador Luiz Pontes. Patrícia Gomes, a ex-mulher de Ciro, será candidata a vice.