A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, tem escolhido mal seus auxiliares. Em sua última edição, ISTOÉ revelou que alguns nomes cogitados para a pasta estão enrolados na Justiça. Um dos citados foi Décio Coutinho, assessor-técnico da CNA, acusado de improbidade administrativa por beneficiar uma agência de turismo. Agora se sabe que Coutinho responde a quatro ações, duas cíveis e duas penais, ajuizadas pelo Ministério Público do Mato Grosso e aceitas pela Justiça local. Todas se referem a contratos entre Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e a agência Universal Turismo. 

 
O MP alega que a empresa foi beneficiada por seguidos aditivos que elevaram o valor do contrato acima do limite legal. Além disso, o Indea, presidido por Coutinho, liberou os pagamentos sem que a empresa comprovasse a prestação dos serviços. “A diferença de valor entre o acobertado pelo instrumento de contrato e o que foi pago à Universal Turismo, somada à ausência de efetiva prestação de contas, leva à conclusão de que o dinheiro público foi usado para finalidade diversa do interesse público”, diz o MP. 
 
Outro nome cogitado por Kátia Abreu para sua pasta é o de Enio Marques, que já ocupou a Secretaria de Defesa Agropecuária. Marques recebeu duas condenações no TCU por aprovar procedimentos de mercado, como o abate de aves e o uso de proteína animal colagênica – muito usado pela indústria de embutidos – antes que pudessem ser concluídas as análises técnicas.