Mais do que uma forma de relembrar a história, o Teatro Sérgio Cardoso ganha um desafio nesta quarentena. Como comemorar, à distância, as quatro décadas de sua existência.

A data é 14 de outubro, mas “o Sérgio”, como é conhecido entre os artistas, lança uma programação especial nesta sexta-feira, 10. A abertura ficará com a apresentação da cantora Ana Cañas. Ao todo, serão cinco episódios: Simoninha, o pianista Vitor Araújo, a atriz Lara Córdulla e o palhaço Raul Barreto.

Sozinhos no palco, cada artista vai trazer reflexões sobre sua carreira e o impacto da pandemia na vida e na criação artística. “Foi difícil ver o teatro vazio, mas conseguimos extrair momentos sensíveis de reflexão por parte dos convidados”, conta Danielle Nigromonte, diretora-geral da Associação Amigos da Arte, responsável pela gestão do Teatro Sérgio Cardoso.

Por esse grande palco, passaram inúmeros artistas, mas é difícil imaginar que não se trata do mesmo prédio encontrado por Sérgio Cardoso e a atriz Nydia Licia, em 1956. O Teatro Bela Vista ocupou as mesmas instalações do antigo Cine Teatro Espéria, e até os anos 1980 recebeu mais de 70 espetáculos. O último foi o texto O Arquiteto e o Imperador da Assíria, de Fernando Arrabal, com Rubens Corrêa e José Wilker. As informações são do crítico e pesquisador José Cetra.

O motivo do encerramento das atividades do Bela Vista não foi diferente de outras histórias de espaços teatrais. Em 1976, anos depois de fechar as portas, Nydia explicou ao Serviço Nacional de Teatro que, após o fim do contrato, os proprietários se desentenderam e pediram o teatro de volta, para vendê-lo “ou alugar, fazer uma garagem, sei lá”. A atriz apresentou o caso para a extinta Comissão Estadual de Teatro e despertou o interesse do governo de São Paulo, que decidiu adquirir o terreno e demolir a construção porque “todos acharam que o teatro estava um horror”, disse Nydia no depoimento.

Para Danielle, a tradição do Sérgio nas artes cênicas segue a inspiração do antigo projeto do Teatro Bela Vista. “Durante muito tempo, este lugar foi espaço de experimentação no teatro, na dança e na música.”

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Estreia

A São Paulo Companhia de Dança estreará o primeiro espetáculo presencial no Teatro Sérgio Cardoso, na retomada de abertura dos espaços culturais, antecipou Danielle com exclusividade ao Estadão. “Era uma montagem que já estava em curso de produção. Quando suspendemos a programação, foi preciso rever protocolos e adotar medidas de segurança para os ensaios”, conta. A montagem ainda não tem data de estreia prevista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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