Uma pesquisa do Datafolha apontou que 43% dos brasileiros consideram irrecuperáveis as perdas de aprendizagem ao longo da pandemia. Entre pais e mães o índice chega a 48%. O levantamento encomendado pelo Instituto Unibanco foi publicado nesta quinta-feira (20) pelo Uol.

Entre as mulheres, 47% consideram as perdas de aprendizagem irrecuperáveis. Já entre os homens, 61% consideram que as perdas podem ser recuperadas. O jovens, entre 16 a 24 anos, também têm uma visão mais positiva: 71% acreditam que as perdas podem ser recuperadas.

O Datafolha entrevistou 2.070 pessoas em todo o Brasil, em 129 municípios, durante os dias 23 de novembro e 2 de dezembro de 2021.

Para o superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, as perdas em educação podem se recuperar com políticas públicas estruturadas. “Não há porque, nem teoricamente, nem empiricamente, existir um certo fatalismo pedagógico. Há como enfrentar essa crise e, para isso, precisamos ter uma ideia de recomposição da aprendizagem”, explicou ao Uol.

Ainda de acordo com o superintendente, a percepção dos brasileiros pode estar relacionada a uma “vivência negativa” do ensino remoto. O fechamento das escolas e a aula online precária afetou principalmente alunos da rede pública, pobres e negros.

No mundo, a Unesco estima que em países de rendas baixa e média, o percentual de menores afetados pela pobreza do aprendizado (53% antes da pandemia) pode agora chegar a 70%. Em regiões de Brasil, Paquistão, áreas rurais da Índia, África do Sul e México (entre outros países), há perdas substanciais no aprendizado de matemática e na leitura.