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A presidente Dilma Rousseff manteve o pedetista Manoel Dias no Ministério do Trabalho, mas fez algumas ressalvas. Ao acertar a permanência do auxiliar na Esplanada, ela exigiu a demissão imediata dos servidores já citados em escândalos ligados à pasta. Na mesma conversa, a presidente avisou que, ao primeiro sinal de irregularidade tornado público, a cúpula do ministério perderá os cargos. Em outras ocasiões, no primeiro mandato, Dilma teve mais tolerância com denúncias na área. A conferir.

O partido de Gabas I
O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, está de bola cheia com a presidente Dilma. Diz-se em Brasília que ele ganhou mais cargos do que os caciques do PMDB e do PT. A nova presidente do INSS, Elisete Berchiol, é indicação dele. A nomeação irritou peemedebistas, e aliados de Dilma estão dizendo que ele ganhou dois cargos.

O partido de Gabas II 
Carlos Gabas é filiado ao PT e se comporta como tal. Em 2013, ele era secretário-executivo da Previdência e, em uma reunião do PT, reagiu contra a ordem de cortar R$ 10 bilhões da pasta. “Não vamos demitir nem mesmo um peão. É um erro botar gente na rua perto da eleição.”

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De olho no litoral 
Alagoas aposta nos turistas. Pelo menos por enquanto, Renan Calheiros mantém no cargo o ministro do Turismo, Vinicius Lage. Agora, o ex-coordenador de Competitividade e Inovação do MTur Jair Galvão Freire, servidor da Embratur, assumiu a secretaria de Turismo de Maceió.

Hora de pagar a conta
A nova equipe do Ministério de Minas e Energia se assustou com o tamanho do buraco causado pela redução das contas de energia no ano passado. Na quarta-feira 7, pelo menos seis reuniões realizadas na pasta tinham como objetivo arrumar dinheiro para socorrer as elétricas.

O recado dos sindicatos
Pelo que se viu na posse de Dilma, as relações entre governo e trabalhadores serão complicadas nos próximos anos. Diferentemente das posses de Lula, os principais líderes sindicais não apareceram em Brasília. Nem mesmo as bandeiras das centrais foram vistas na Esplanada.

Indicação de Blairo
Mesmo perdendo as eleições em Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PR-MT) emplacou outro aliado na Agricultura. Trata-se de Décio Coutinho, o novo secretário de Defesa Agropecuária. Era um pleito de 2007. Agora, contou com o apoio da ministra Kátia Abreu, que tem como missão aproximar Dilma do agronegócio, setor em que Maggi é referência.

Orgulho
O currículo postado na página oficial do secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Anivaldo Vale, chamou a atenção dos servidores. Três vezes deputado federal, ele registrou na lista de experiências a função de porteiro e agente de portaria, apesar de não correlatas ao novo cargo.

O STF e as barreiras
Pelo menos cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) dizem que se a discussão da cláusula de barreiras para os partidos políticos fosse retomada a decisão seria outra. A regra julgada e derrubada em 2006 estabelecia que os partidos que não conseguem 5% dos votos para deputado federal teriam o tempo de rádio e TV reduzido para dois minutos por semestre. Além disso, os nanicos precisariam dividir entre eles apenas 1% do Fundo Partidário. Essas legendas ainda perderiam estruturas de lideranças, como verbas e assessores. Por enquanto, não existe outra ação no Supremo sobre o assunto.

A guerra do aeroporto
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) vai reapresentar o projeto que devolve ao aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, de Salvador, o nome de “Dois de Julho”, data comemorada pelos baianos como a “independência” do Estado. Ex-presidente da Câmara, Luiz Eduardo morreu em 1998. Parlamentares do DEM, partido ao qual ele pertenceu, vão fazer plantão para obstruir a proposta.

Toma lá da cá
Juliana Pereira, estilista que criou a roupa usada pela presidente Dilma na posse  
ISTOÉ – Como recebeu a repercussão sobre o modelo do vestido?
Juliana
– Foi imensa, nunca imaginei.
ISTOÉ – Alguns estilistas afirmaram que o modelo não era adequado para uma pessoa acima do peso. O que achou?
Juliana – Cada um tem sua opinião e o direito de expressá-la. Os estilistas têm estilos e escolhas diversas e, por isso, temos uma moda tão rica. Estou segura sobre o modelo que escolhi e acho que ficou adequado.
ISTOÉ – Acredita que esse trabalho a tornou ainda mais conhecida?
Juliana –
Foi a primeira vez que desenhei para a presidente. Certamente esse trabalho
me tornou mais conhecida, me deu visibilidade.

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Retrato falado
Os senadores preparam uma cama de gato para a presidente Dilma Rousseff. Entre eles, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO). Enquanto ela se mobiliza para ressuscitar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e usar o imposto como fonte de recursos para tapar o buraco orçamentário, os parlamentares já se mobilizam para votar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que transfere a receita com o tributo para subsidiar preço de passagens de ônibus. “A gratuidade das passagens de ônibus é custeada por quem paga a passagem inteira”

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Rápidas
* Será em março a estreia de Joaquim Levy num megaevento mundial. O ministro da Fazenda chefiará a delegação brasileira na Assembleia dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Busan, cidade onde fica o maior porto da Coreia do Sul.
* Na Coreia, Joaquim Levy explicará a nova política monetária e fiscal do Brasil a colegas de 48 países membros da instituição e debaterá o relatório de final de ano do BID, que estimou em 2,2% o crescimento econômico da América Latina e do Caribe em 2015.
* Petistas insatisfeitos com a composição da equipe ministerial reclamaram ao presidente do partido, Rui Falcão, da permanência da ministra Tereza Campelo na pasta do Desenvolvimento Social. Acham que a presidente gosta do estilo agressivo da ministra.
* Assim como a chefe, Tereza toca o ministério com broncas diárias e muita cobrança para cima dos auxiliares. Trata-se da pasta mais importante para as metas sociais do governo. Se todos os ministros fizerem o mesmo, a tensão vai aumentar na Esplanada.

Sem liberdade de expressão
Ao desautorizar uma declaração sobre salário mínimo do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, Dilma Rousseff repetiu a estratégia do primeiro mandato para calar a boca dos auxiliares. Em janeiro de 2011, o secretário nacional de Política sobre Drogas, Pedro Abramovay, perdeu o cargo porque defendeu o fim da prisão de pequenos traficantes. Depois dessa, todos ficaram com medo de dar opiniões.

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Servidores insatisfeitos
O governo corta gastos, mas os delegados reclamam do veto, pela presidente Dilma, dos artigos da LDO que lhes concederia verbas para moradias. Os defensores públicos esbravejam por não terem sido incluídos em negociações de auxílios do Judiciário e do Ministério Público.

Fotos: Marcelo Camargo/ Agência Brasil; Tiago Trindade; Moreira Mariz

Colaboraram: Izabelle Torres e Josie Jerônimo