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O Ibovespa ainda não pisou em território positivo em 2015. Depois de começar o ano com recuo de 1,16% na sexta-feira, o índice à vista nesta segunda caiu 2,05%, descendo à faixa dos 47 mil pontos. As perdas na Bolsa foram conduzidas pelas ações da Petrobras, em forte queda. Os recuos foram de 8,11% (ON) e 78,01% (PN). O dólar comercial terminou o dia em alta de 0,62%, a R$ 2,712.

A queda das ações da Petrobras é simultânea à das cotações do petróleo. Nesta segunda-feira, 5, elas recuaram para abaixo dos US$ 55 pela primeira veze em 5 anos e meio.

Os investidores também reagem à sequência das notícias sobre corrupção e má gestão que envolvem a estatal. No domingo, reportagem do jornal O Globo mostrou que a Petrobras criou "empresas de papel" para construir e operar a rede de gasodutos Gasene.

O mercado acionário doméstico é influenciado pela cautela externa diante da expectativa pelo ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos e pelas preocupações com a estabilidade política na Grécia. Também pressiona os negócios a persistente desvalorização do preço do petróleo no mercado internacional, que tem ampliado suas perdas diante da perspectiva de excesso de oferta e demanda menor pela commodity neste ano. Em Wall Street, os futuros das bolsas de Nova York também caem, na esteira das principais praças europeias.

Internamente, pesa a desconfiança sobre a real disposição da presidente Dilma Rousseff em realizar os ajustes necessários na economia e também sobre a autonomia da nova equipe econômica.

O mal estar foi renovado no fim de semana, após a presidente ter dado uma "bronca" no ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que teve que esclarecer declarações sobre mudanças na regra de correção do salário mínimo. No sábado, de seu descanso na Bahia, Dilma telefonou para Barbosa e determinou que ele corrigisse o que havia declarado na véspera, que haveria uma nova regra de correção do salário mínimo a partir de 2016.