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Catorze anos atrás, aos 19, a paulistana Marina Filizola posou para seu primeiro ensaio sensual. No texto que acompanhava as fotos, ela dizia que sonhava com um futuro em que estaria morando com seu amor num sítio, com cachorros e galinhas. Jovem, linda e com um corpo escultural irretocável, ela definitivamente não passava despercebida onde quer que fosse. Começou na carreira de modelo aos 16 anos, atuando em inúmeras campanhas publicitárias. Inquieta, no finalzinho dos anos 90 participou na TV Bandeirantes do programa “H”, que acabara de perder seu criador e apresentador Luciano Huck para a Globo. O novo apresentador escalado, hoje também funcionário da Globo, Otaviano Costa, na esteira dos sucessos retumbantes dos personagens Feiticeira e Tiazinha, tratou de juntar a equipe para criar a sua versão de uma sensualíssima encantadora de telespectadores naquele mundo pós-chacretes e pré-paniquetes. Marina foi chamada para viver a personagem “Internética”, uma espécie de mulher do futuro que habitava uma redoma de vidro. Sempre, claro, desfilando lingeries que deixavam à mostra 97% de suas formas exatas. O programa não teve vida longa, mas foi  suficiente para que ela experimentasse uma boa dose do embriagador licor da fama. Ainda na TV, ela atuou na série global “Amazônia”, de 2007, e no reality show “Hipertensão”. O esporte sempre foi uma obstinação. Marina fez natação, surfe, handball, remo (chegou a ser campeã de canoa havaiana) e tomou aulas de circo. Mas não foram só os esportes que a atraíram. Como ela mesma conta, junto com a beleza, a fama, o corpo esculpido e o tônus vital dos vinte e poucos anos, vieram a vida noturna forte, as baladas e as drogas, que, aos poucos, também começaram a fazer parte da sua rotina.

O tempo rolou, o futuro que parecia distante na época da redoma de vidro deu as caras e finalmente ela diz ter encontrado seu eixo. Na marra, como ela própria frisa. Hoje, aos 33 anos, casada e com um filho de 9 meses, Filizola continua morando em São Paulo. Há dois anos passou a dedicar-se à literatura descobrindo e desenvolvendo seu texto nas aulas do escritor Marcelino Freire, em participações nas oficinas de literatura dadas por ele. Em 2015 lançará o livro “Caviar com Cocaína” em que conta com linguagem que ela descreve como “solta e sem pudores” os bastidores de uma fase da vida em que a dependência química a dominou. Uma certa maturidade, o silêncio pleno da escrita e a prática de atividade física têm sido os recursos de que ela afirma ter lançado mão para alcançar o tão perseguido equilíbrio atual. 


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