Nos anos 50 e 60, eles reinaram absolutos. Eram o cúmulo da modernidade, principalmente se tivessem os pés em palito. Agora eles voltam com força total como curingas da decoração. Quadrados, redondos, grandes, pequenos ou reunidos em grupos. Tanto faz. Brilham nas salas, nos quartos, em qualquer canto da casa. Mais ainda: até boates e bares andam abusando da sua praticidade. Os designers também curtem dar nova embalagem aos pufes, bolam modelos diferentes, alguns malucos, outros sóbrios e clássicos. O designer paulista Fernando Jaeger, por exemplo, acha que o pufe não é apenas mais um móvel. “Cumpre várias funções”, explica ele. “Serve como mesa auxiliar, um assento extra e para o conforto dos pés numa sala de tevê.” Fernando bolou um enorme, em forma de amêndoa. A parte maior chega a medir dois metros de comprimento. Fernando ainda não tem o preço final do produto, mas só vai fazê-lo sob encomenda. Por enquanto, ele fez quatro deles, para o bar de um evento em São Paulo, com o assento em retalhos e usando cores cítricas, como laranja, amarelo ou verde-limão. “Não aguento mais esse negócio de tudo branquinho, clean”, desabafa o decorador.

O pufe mais popular do mundo é o Sacco, idealizado em 1968 pelos italianos Piero Gatti, Cesare Paolinig e Franco Teodoro. Hoje apelidado de “bean bag”, algo como “saco de feijão”, é a grande mania do momento. A rede Tok Stok é uma das empresas que apostam no “bag”, especialmente em branco. Os quadradinhos pequenos, cerca de 50 cm por 50 cm (com ou sem rodinhas), podem, por exemplo, ser usados em quatro, formando um quadrado. Numa sala, com bastante gente, eles viram de mesa a cadeira.
A artista plástica paulista Patrícia Schmidt, 35 anos, sabe da importância de um bom pufe desde que mudou para um apartamento grande, há dois anos. O dela, enorme e em veludo preto, mede 1,20 m por 1,20 m. “Ele quebra o maior galho”, afirma Patrícia. “Fiz para colocar no home-theater, mas numa festa, mesmo íntima, ele também dança”, brinca. É verdade. O pufão da artista plástica vira mesa auxiliar na sala de estar ou então um sofá para vários lugares, disputado a tapas pelos que não aguentam mais ficar em pé, sem saber o que fazer com o copo ou o prato na mão. O pufe segura todas, daí a sua importância. Trata-se de um móvel prático e eterno. Acima de qualquer modismo.