A meteórica, apesar de insistente, gestão do senador Jader Barbalho como presidente do Congresso está chegando ao fim. Depois da queda do seu arqui-rival, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, Jader não fez nada que não fosse assistir e tentar impedir as acusações e a devassa em sua polêmica atuação política. Tendo o Ministério Público, o Banco Central, a imprensa e a opinião pública nos seus calcanhares, não lhe sobrou tempo para outra coisa.
Foi acusado de ter patrimônio incompatível com seus rendimentos, e relatórios do Banco Central apontaram evidências de aplicação fraudulenta de dinheiro do Banpará em suas contas e de seus familiares. A atual mulher do senador, Márcia Zaluth Centeno, é suspeita de desviar dinheiro da Sudam para sua criação de rãs. Além disso, ela foi sócia de José Osmar Borges, acusado de ter se apropriado de mais de R$ 100 milhões da Sudam.

Quando contava com a proteção do marasmo do recesso parlamentar para que seus pecados fossem pelo menos esquecidos, afloraram, através de ISTOÉ, as fraudes com a Fazenda Paraíso e com os TDAs, os títulos da dívida agrária. Jader foi também o responsável pelas nomeações de José Artur Guedes Tourinho e de Maurício Vasconcelos, ex-superintendentes da Sudam, demitidos por suspeita de irregularidades.

O mesmo Tourinho é citado na conversa, que ISTOÉ publica com exclusividade nesta edição, entre um deputado amigo de Jader, coordenador do escritório da Sudam em Manaus, e um empresário. O assunto tratado é a liberação de empréstimos milionários mediante pagamento de mais que polpudas propinas. Confira a reportagem de nossos editores Mino Pedrosa e Andrei Meireles.