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O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), tem um cardápio variado de atitudes para mostrar o quanto pode aporrinhar o governo e o PT. Desde setembro, ele apresentou na CPI da Petrobras três requerimentos de convocação do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. Cunha argumenta que o dirigente da CEF precisa explicar aportes bilionários feitos na Petrobras. Outra alfinetada se deu quando o deputado comandou a bancada na derrubada dos conselhos populares propostos pelo Planalto.

Cargos perdidos

Candidato a presidente da Câmara, Eduardo Cunha enfrenta ferrenha oposição do PT na sua pretensão. Mas a tentativa de convocar Jorge Hereda tem outras razões além das rusgas no Parlamento. Nos bastidores do Congresso, comenta-se que o líder do PMDB ainda não digeriu a perda de dois cargos que o partido tinha na direção da Caixa Econômica.

Lesados ­esperançosos

As investigações da Operação Lava Jato e da CPI da Petrobras animaram os clientes lesados pelos desvios na Bancoop em relação aos processos que envolvem João Vaccari. O tesoureiro é acusado de formação de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Os sigilos de Vaccari

A quebra dos sigilos fiscal e bancário do tesoureiro do PT, João Vaccari, comemorada pela oposição, não é novidade para a Justiça paulista. Em 2011, a 5ª Vara Criminal do TJSP autorizou essas quebras no processo que investiga desvios no Bancoop. O caso não teve desfecho.

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O ficha suja de Roraima I

Há algo de muito errado na Lei da Ficha Limpa. Impossibilitado de concorrer para o governo de Roraima por causa de várias condenações, o ex-governador Neudo Campos indicou a mulher dele, Suely Campos para a disputa. Ela venceu a eleição e ele será o chefe da Casa Civil.

O ficha suja de Roraima II

As condenações de Neudo Campos em primeira instância somam mais de 50 anos de prisão. No STF, ele é réu em seis ações penais e 14 inquéritos criminais. Todos apuram crimes de peculato e formação de quadrilha. No Estado, responde a seis ações penais na Justiça Federal.

Uma campainha para o CNJ

Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Ricardo Levandowski ficou contrariado com a informalidade que precede cada sessão do órgão. A exemplo do que acontece no Supremo Tribunal Federal (STF), Levandowski mandou instalar uma campainha acionada por ele quando chega ao plenário. O sinal indica que todos os conselheiros devem ficar de pé para recebê-lo. Essa liturgia sonora nunca existiu no CNJ. No primeiro dia do novo ritual, um assessor foi escalado para avisar a mudança no ouvido de cada conselheiro. Nem todo mundo gostou da medida tomada por Lewandowski.

Decisões derrubadas

A Dígitro Tecnologia, fornecedora de equipamentos de escuta telefônica da Polícia Federal, informa que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região derrubou as decisões administrativas que multaram a empresa por sonegação fiscal, noticiadas nesta coluna. No governo federal, a Dígitro também faz parte de um seleto grupo de empresas estratégicas do Ministério da Defesa.

Toma lá dá cá

Deputada Erika Kokay (PT-DF), titular da Comissão de Direitos Humanos

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ISTOÉ – Como a sra. recebeu o relatório que estabelece o conceito de família como um núcleo formado por homem e mulher?
Erika Kokay –
Isto é uma afronta à sociedade. Desde o século XVII, o conceito de família é baseado no amor. Estamos retroagindo.

ISTOÉ – Quais os impactos da limitação?
Erika –
Institucionaliza a discriminação. Esse conceito marginaliza as outras famílias, uma forma de hierarquizar os seres humanos.

ISTOÉ – O projeto tramita em caráter conclusivo. Há como impedir a proposta de ir direto para o Senado?
Erika –
Eu solicitei que a proposta tramite em conjunto com o projeto de 2011 que incluiu a união de pessoas do mesmo sexo no conceito de família.

Rápidas

* A Câmara vai gastar R$ 18 mil para comprar 80 colchões de solteiro destinados aos imóveis funcionais dos deputados que assumirão em 2015. Com essa medida, até mesmo os parlamentares enrolados com os desvios da Petrobras poderão dormir um pouco melhor.

* O ex-deputado Fernando Gabeira, de volta à profissão de jornalista, circulou na semana passada pelo plenário do Senado com uma câmera na mão. Descontraído, ele ficou um tempão fazendo imagens do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que discursava na tribuna.

* O pai de santo do Recife conhecido como “Pai Ralf” estranhou não ter sido citado nominalmente no livro da ex-mulher de Fernando Collor Rosane Malta. O guru pernambucano prestou serviços à família por cinco anos, contratado depois do impeachment.

* “Pai Ralf” alardeia que matou búfalos para salvar Collor do ódio dos brasileiros e que fez muitos serviços para ajudar Roseana a livrar-se dos processos judiciais. Como o fim do contrato não foi amigável, ele foi excluído dos registros dos rituais.

Retrato falado

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Em um evento que reuniu representantes da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e do Tribunal de Contas da União (TCU), o deputado Márcio França (PSB-SP) provocou constrangimento ao afirmar que no Brasil a estrutura de fiscalização é mais cara do que a estrutura do governo. O deputado afirmou que o salário de um servidor do Executivo corresponde a um sexto da renda de um analista do TCU.

Os ternos bolivarianos

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem especial predileção por ternos da Sastreria Miguel Angel, marca espanhola com loja na Bolívia. Até pouco tempo atrás, ele contava com os adidos policiais para trazer suas vestimentas para o Brasil. Como a relação com a PF não anda boa, o ministro tem cinco ternos prontos na Bolívia, orçados em US$ 580 cada um, e ninguém se dispõe a transportá-los.

Marta Suplicy, a querida

Marta Suplicy (PT-SP) teve uma recepção calorosa na volta ao Senado. Tanto amor tem uma explicação prática. No Ministério da Cultura, Marta foi generosa e executou emendas sem privilegiar partidos. Dos R$ 3 bilhões do orçamento da pasta, R$ 670 milhões eram de emendas.

Fotos: Roberto Castro/AG. ISTOÉ; Alexandra Martins/Ag. Câmara; Adriano Machado
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo