Santo de casa não faz milagre

Corregedor-geral da Câmara dos Deputados e candidato à presidência da Casa, o ultracatólico Severino Cavalcanti (PPB-PE) precisa urgentemente fazer uma auditoria na própria família. Severino José Cavalcanti Ferreira Júnior, que é filho do deputado e ex-prefeito do município de João Alfredo, teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União. O TCU encontrou dois casos de desaparecimento de dinheiro público na administração do rapaz. Em um deles, Juninho, como é carinhosamente chamado, sumiu com R$ 90 mil do Ministério da Previdência destinados à distribuição de cestas básicas à população pobre. Com isso, a prefeitura não conseguiu cumprir o convênio com a Previdência e incluiu notas fiscais fraudulentas na prestação de contas. No outro caso, foram R$ 337 mil sacados dos cofres federais para a pavimentação de uma rua da cidade. O filho do corregedor, de novo, não prestou contas do dinheiro nem apareceu no TCU para se explicar. Se Juninho fosse deputado, caberia ao corregedor Severino a missão de cassá-lo.
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Cassação às avessas

Continuam impunes os aliados de José Carlos Gratz, que formam maioria na Assembléia Legislativa do Espírito Santo. Mais que isso: deram início à caça às bruxas. Na terça-feira 26, vão votar a cassação do mandato do deputado estadual Max Filho (PTB), considerado um dos mais honestos no Estado e favorito disparado na disputa para prefeito de Vila Velha. Max é acusado de ter usado helicóptero do governo do Estado para tirar fotos de nove fazendas que pertenceriam a seu adversário, o prefeito Jorge Anders. A Assembléia simplesmente ignorou as provas de que o helicóptero do governo não sobrevoou os locais.

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Propaganda enganosa

A caprichosa edição de capa dura com os resultados do programa Brasil em Ação nos últimos quatro anos comemora, na página 122, a eficiência alcançada nas escolas públicas com o programa “Dinheiro Direto na Escola”, tocado pelo MEC. Como ilustração, a foto de uma bela e satisfeita garotinha de cabelos pretos, comendo macarrão com molho de tomate. Só aparência. Conforme as inscrições no uniforme da menina, ela estuda em uma escola particular de Brasília que cobra mensalidades na casa dos R$ 400. A Secretaria de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, responsável pela publicação, informa que a mancada foi uma “falha técnica”. Usaram uma foto de arquivo.

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Ciro dá tiro no pé

Foi Ciro Gomes quem pediu a Tasso Jereissati para dar a entender que pode ser candidato a presidente da República em 2002. Motivo: os marqueteiros da campanha de Patrícia Gomes para prefeita de Fortaleza acham que ela só vai voltar a uma boa colocação nas pesquisas se amarrar novamente sua imagem à do governador do Ceará. Mas, antes, era preciso que Tasso voltasse à mídia. Daí Ciro ter feito o estranho pedido ao amigo. O problema é que os assessores do governador dizem que ele ficou realmente encantado com a candidatura.

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Rápidas

Denúncia do deputado Rodrigo Maia: diretores de fundos de pensão das estatais, sabendo onde suas instituições aplicariam grandes somas, faziam antes investimentos pessoais nos mesmos ativos.

Bayron Queiroz, o presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), não é mais afilhado político só de Tasso Jereissati. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, resolveu apadrinhá-lo.

Outra de Malan: o ministro decidiu melhorar seu contato com a imprensa, chamando para a assessoria o habilidoso Pedro Luiz Rodrigues. Mas jura que não é coisa de campanha.