Sílvio Porto
Gosto: A maioria dos participantes elegeu a Parati Turbo como melhor veículo em vários quesitos

O carro não é nenhuma Ferrari. O piloto não é nenhum Schumaker. Mas percorrer as curvas de Interlagos com um capacete na cabeça, mesmo se for a bordo de um carro de passeio, é o sonho de muito marmanjo. Nesta semana, cerca de 80 motoristas realizaram este desejo, testando os 22 modelos populares – os famosos “um ponto zero” – disponíveis no mercado brasileiro. Voluntários, eles dirigiram cada automóvel durante duas horas. Após intervalos de quatro horas, assumiam o volante novamente Promovido pela revista Motor Show, publicação mensal da Editora Três, o teste começou às 12h do dia 18 e só terminou 24 horas depois. Quatro pilotos ficaram tão empolgados que acabaram sendo eliminados por desobedecer as regras estipuladas. “O motorista não pode dirigir como se estivesse em um carro de Fórmula 1”, explicou o diretor da prova, Sérgio Berti. Excitados por cruzar caminhos onde Ayrton Senna, Piquet e Fittipaldi emocionavam a torcida, muitos ultrapassavam o limite de 120 km/h. Às 21h30, Berti teve de interromper a prova para passar um pito nos mais ousados. Houve até quem desistisse do teste, com medo de acidentes. “Vou para casa. Prefiro ver televisão e tomar uma Coca-Cola. Não quero correr perigo”, justificou Régis de Almeida, dono de uma franquia do restaurante Habib’s.

A iniciativa do evento teve origem em uma velha cisma de Eduardo Pincigher, redator-chefe da Motor Show. “Testes de carros populares são sempre feitos por pilotos profissionais, o que não oferece um parâmetro real de comparação para o consumidor desses modelos”, avalia. “Aqui, as opiniões serão puras. As respostas ao questionário funcionarão como os comentários de um cliente ao fazer um test drive”. As tais opiniões variam bastante. Dentre os motoristas que pilotaram o novo Palio ELX, houve quem desse nota 5 e nota 10 para seu desempenho. Outro modelo da Fiat, o Uno Mille, recebeu de 3 a 9 em um dos quesitos mais importantes: custo/benefício.

Preferência – Unanimidade, só a Parati Turbo, um dos mais cobiçados modelos 1000 do mercado. O professor de Educação Física Gianfranco Trione comparou a vedete da Volks com o Celta, lançamento da GM. “O Celta não oferece nada de especial e é pequeno. Funciona bem como segundo carro da família”, considerou Trione. Tamanho não é documento para a design Christiane Messias. Depois de testar quatro modelos durante toda a noite, ela optou pelo Ford Ka, o menor de todos. “Ele tem mais estabilidade. Na hora de fazer uma curva, tive a certeza de que estava no controle, até por ser pequenininho”, diz. O veredicto, com todos os detalhes da corrida, estará disponível na edição de outubro da Motor Show. 

Recauchutado
Fabiano Cerchiari
Segurança: O novo Palio passou no controle europeu

A Fiat lança neste fim de semana o Palio versão 2001. O sucesso da marca italiana, que já vendeu 1,5 milhão de unidades em todo o mundo, recebeu modificações tão profundas que 80% de seus componentes são novos em relação ao Palio atual. Esse continuará sendo produzido na versão chamada Young, com preço mais atraente.

Além das alterações estilísticas, produzidas pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro (considerado o melhor designer do século), somam-se fatores de segurança ainda mais apurados: agora, o Palio atende às exigências de crash-test da EuroNCAP, uma instituição que controla a segurança dos veículos vendidos no mercado europeu. Os motores, da nova família Fire, podem ser 1000 (nas versões oito e 16 válvulas, com 55 ou 70 cv respectivamente) ou 1300 (com 16 válvulas de 80 cv). Com o motor da família Torque, está disponível o modelo 1600 (16 válvulas e 106 cv). A perua Palio Weekend e o sedã Siena também receberam as mesmas alterações. A Fiat anuncia um acréscimo de 1,5% nos preços atuais de toda a linha.

Douglas Mendonça