Max G Pinto
A Érica, de Malhação, vivida por Samara Felipo usa o binde: “Ela é hippie-chique”

Os brincos, pearcings, óculos descolados e faixas para o cabelo vão dividir a atenção com mais um adereço. O binde, espécie de mini-adesivo para colar na testa, chegou para fazer sucesso. Há quem use para canalizar energia, abrir o terceiro olho (que para os indianos simboliza a visão que transcende o mundo material), ou por pura curtição. O motivo não importa, o charme agora é colar um binde na testa e não se abalar com os comentários. Sim, por que é um detalhe que faz diferença. Quem adere a essa moda indiana, de um jeito ou de outro, acaba virando ponto de referência. É um bom motivo, por exemplo, para os meninos puxarem assunto.

Mas quem pensa que os bindes têm alguma conotação religiosa, se engana. “Eles são apenas um ornamento, não canalizam energia. Eles apenas indicam o lugar do terceiro olho”, explica Rubens Lefosse, dono da loja Oriente Ocidente em São Lourenço, Minas Gerais. Descendente de indianos, ele conta que, do mesmo jeito que as moças de lá estão usando calça jeans, o Ocidente está aderindo ao binde. “O mais engraçado é que o adereço sempre foi um costume na Índia, mas só virou moda lá depois que as ocidentais passaram a usá-lo”, comenta. Hoje as meninas na Índia abusam do detalhe. “Só não usam o adereço em vermelho, que diferencia as mulheres casadas”, completa Rubens.

No Brasil, os bindes demoraram mais para chegar do que em países onde a população indiana é maior, como na Inglaterra e na Austrália. Por lá além de ser mais fácil encontrá-los, não causam tanto estranhamento como aqui. Mas, mesmo assim, eles chegaram para ficar e podem ser encontrados na maioria das lojas de artigos indianos. Já tem até personagem de novela usando. A Érica, de Malhação, interpretada pela atriz Samara Felipo, não aparece sem o charmoso detalhe. “Érica é hippie-chique”, diz Samara.

Fora das telas tem gente usando binde de todos os jeitos. Tatiana Okuma, 22 anos, assessora financeira, só cola seus bindes para sair à noite. “Seleciono as ocasiões onde uso. Acho que em alguns lugares não tem nada a ver estar de binde”, pondera. Mas Gabriela Pen, 21, estudante de fotografia, pensa diferente: “Quando uso binde, fico o dia todo.” Ambas concordam que é um detalhe que faz diferença e dizem tirar de letra os porquês dos críticos de plantão. “Sou categórica com quem chega cheio de porquês: uso porque gosto. Ninguém pergunta por que estou usando um anel, ou um brinco. Com o binde é a mesma coisa”, compara Gabriela. Devagar as brasileiras vão se acostumando com o novo detalhe e aprendendo a lidar com esse charme que está estampado na testa.