Fotos: Helcio Nagamine
Chuva de pétalas: cerca de 250 mil pessoas visitam a Praça da Apoteose

Holambra é uma pequena cidade de 10 mil habitantes, perto de Campinas, interior de São Paulo, com renda média per capita de U$ 5 mil. Habitada basicamente por imigrantes holandeses do pós-guerra, ficou famosa em todo o País pelo cultivo de flores e plantas exuberantes. Há 20 anos, realiza o evento Expoflora, que começou timidamente, num pequeno barracão. Hoje, ocupa nada menos do que quatro mil metros quadrados de área coberta e semicoberta, entre estufas, canteiros, jardins, exposições de arranjos, artesanato holandês, parques de diversões, restaurantes com comida típica e pratos brasileiros. Além de um shopping de flores, plantas, artigos para jardim, enfim, mais de 1.500 itens para agradar todos os gostos e bolsos. Os organizadores prepararam cerca de 600 mil vasos com 150 espécies ornamentais.

A exposição é animada por vários conjuntos de música típica, chorinho, rock ou MPB. Crianças apresentam danças holandesas entre os caminhos de flores. São mais de 120 coreografias diferentes. Nove bandas marciais tocam no desfile da Parada das Flores, que acontece sempre às 16h. Ao todo são 800 músicos se revezando das 9h às 19h. A parada termina na Praça da Apoteose, onde um canhão arremessa sobre o público uma chuva de pétalas de rosas.

A festa começa no dia 1º de setembro e vai até o dia 24, sempre de quinta-feira a domingo. Pelo menos 250 mil pessoas por dia se revezam entre jardins impecáveis, criados pelo paisagista holandês Jan Willem van der Boon. A Expoflora sempre tem novidades. Este ano, apresenta um tipo de mini-hibisco chamado Sunny Cisties, ideal para vasos, e uma planta de nome estranho, Zamioculcas, verde e lustrosa, perfeita para sombra e ambientes fechados. Com um nome esquisito como este, a Zamioculcas já ganhou o apelido de Zezê (leia quadros).

Essas duas espécies tendem a virar moda, uma tradição de todas as Expofloras. Isso aconteceu com as rosas gigantescas, as rosas minúsculas e as samambaias em metro, por exemplo, nos anos 70. Depois, por um bom tempo, as samambaias caíram em desuso. Voltam com tudo, para ornamentar interiores de casas e jardins. Alguns paisagistas resolveram reapresentá-las nas mostras de decoração espalhadas pelo País. Um dos coordenadores da exposição, Carlos Alberto Tidei, apenas lamenta que o cravo, uma das flores mais bonitas, na sua opinião, não experimente o mesmo ressurgimento. “Por mais que a gente tente, as pessoas ainda associam o cravo a funerais. Quem sabe algum decorador invente um arranjo exótico para o cravo voltar e fazer as pazes com a rosa”, brinca Tidei.

Hibiscos Sunny Cities
Zamioculcas (Zezê)

Origem: China e Havaí. Cores: Vão do branco ao roxo. Nova espécie: O hibisco Sunny Cities foi geneticamente melhorado na Holanda, a partir de uma pesquisa iniciada em 1990, e agora chega aqui com produção exclusiva de René Vernooy.

Características: Essa espécie foi feita para ser plantada em vasos, como as azaléias anãs. Tem floração abundante e contínua. Gosta de muita luz, embora floreça com menor vigor quando muito exposta ao sol. As flores duram 24 horas e uma muda pode comportar até 25 botões.

Cuidados: No caso de aparecerem pulgões, o produtor recomenda regas diárias, com adubo N.P.K.20-20-20 diluído em água. Molhe um dia sim outro não sem encharcar as raízes.

Como fazer mudas: Pegue alguns galhos, deixe apenas as folhas das extremidades e coloque-as num balde. Troque a água um dia sim outro não até as raízes aparecerem, e plante no lugar escolhido.

Origem: Tanzânia, África.

Característica: Espécie ornamental geneticamente melhorada. O apelido ZZ foi dado na Europa. Aqui é Zezê. É produzida no Brasil pela empresa Terra Viva. As folhas nascem claras, vão escurecendo com o tempo e são muito brilhantes. A planta é ideal para locais pouco iluminados. Conforme cresce, aconselha-se a trocar para um vaso maior. A Zezê fica naturalmente volumosa como um arbusto e não floresce.

Cuidados: Regas apenas com água quando necessário e sem deixar encharcar as raízes.